CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a pedir na quinta-feira, 16, ao presidente da Assembleia Nacional do país, o deputado Henry Ramos Allup, que, como "líder da oposição", se sente à mesa para dialogar com a comissão internacional mediadora integrada por ex-governantes e apoiada pela União de Nações sul-Americanas (Unasul).
"Senhor Henry Ramos Allup, me dirijo ao senhor como chefe daquele grupo, e eu como chefe de um país, de um povo, faço tudo isso porque quero a paz, e a paz se alcança com a palavra, com o diálogo, com bons gestos", disse Maduro, durante reunião com seus ministros no palácio presidencial.
O presidente venezuelano afirmou que este é um pedido "pela paz no país" e "em nome da comissão de paz" para promover o diálogo na Venezuela. A comissão é composta pelo ex-presidente do Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, e os ex-presidentes Leonel Fernández (República Dominicana) e Martín Torrijos (Panamá) com o apoio da Unasul.
"Eu convoco Henry Ramos Allup para uma conversa 'cara a cara' com agenda aberta, sem condições, no dia e na hora que for mais conveniente", afirmou o presidente venezuelano.
O pedido de diálogo de Maduro acontece um dia depois de o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ordenar que a mesa da Assembleia Nacional "se abstenha de tentar conduzir as relações exteriores" do país ou implantar ações, pois essas são atribuições do Poder Executivo.
Essa sentença teve como base a suposição de que os parlamentares opositores estariam realizando ações tendenciosas "para solicitar a intervenção de organizações e organismos internacionais em assuntos internos" da Venezuela.
"Há 48 horas saiu uma decisão do TSJ em relação à demanda que interpus para que definisse e resolvesse o conflito de poderes entre a Assembleia Nacional e o Poder Executivo, e estabelecesse o crime de usurpação de funções por parte da direção da Assembleia", disse Maduro. / EFE