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Maduro promete acionar a Interpol para prender chavista dissidente

Luisa Ortega Díaz deixou a Colômbia e está a caminho do Brasil, onde participará de reunião de procuradores

Atualização:

CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira, 22, u que pedirá a captura internacional da chavista dissidente Luisa Ortega Díaz, ex-procuradora-geral do país, que fugiu para a Colômbia e está a caminho do Brasil, e seu marido, o deputado Germán Ferrer, a quem acusa de corrupção.

A medida, para a qual Maduro não apresentou detalhes, não foi confirmada pela Interpol, que tampouco deu sinais de que acataria o pedido do governo venezuelano, caso ele se concretize, uma vez que a procuradora rompeu com o governo por razões políticas. 

Maduro pediu a países aliados campanha por 'paz e apoio à soberania da Venezuela' Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

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"A Venezuela vai solicitar à Interpol um código vermelho a estas pessoas envolvidas em crimes graves", destacou Maduro em coletiva de imprensa.

O chefe de governo fez a advertência no momento em que Ortega viajava ao Brasil, após realizar seu "correspondente trâmite de emigração perante as autoridades colombianas", informou o escritório responsável em um breve comunicado.

Maduro também pediu nesta terça ao papa Francisco ajuda para um diálogo com a oposição e para impedir que se concretize a advertência do presidente americano, Donald Trump, de intervir militarmente na Venezuela.

"Que o papa nos ajude no diálogo respeitoso, na verdade, que o papa nos ajude a impedir que Trump lance suas tropas e invada a Venezuela. Peço ao papa ajuda contra a ameaça militar dos Estados Unidos", disse Maduro durante coletiva de imprensa em Caracas. Ortega e Ferrer deixaram a Venezuela e chegaram de surpresa a Bogotá na tarde de sexta-feira (18).

Nesta segunda (21), o presidente Juan Manuel Santos, que não descartou romper relações com Maduro em meio à severa crise venezuelana, afirmou que a ex-procuradora estava "sob proteção do governo da Colômbia" e ofereceu-lhe asilo.

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Ortega foi destituída em 5 de agosto pela Assembleia Constituinte que se instalou na Venezuela com o apoio de Maduro e que é desconhecida pelos Estados Unidos e por vários governos da região por considerá-la um passo rumo à ditadura. A imigração colombiana não confirmou de imediato se a ex-funcionária venezuelana saiu em companhia do marido, nem o motivo de sua viagem.

O hermetismo do governo Santos e da ex-procuradora venezuelana, que não se pronunciou desde que chegou a Bogotá, alimentou as especulações da imprensa sobre um suposto asilo nos Estados Unidos. 

Entretanto, o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro informou, em um comunicado, que Ortega participará nesta quarta-feira (23) na sede da Procuradoria-geral da República, em Brasília, da 22ª Reunião Especializada de Ministérios Públicos do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname). / AFP