16 de setembro de 2016 | 12h20
CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prorrogou por mais 60 dias o estado de exceção por emergência econômica que vigora no país desde janeiro, segundo decreto divulgado na quinta-feira.
O estado de exceção permite a Maduro recorrer a "mecanismos excepcionais de supervisão, controle e acompanhamento" da produção, distribuição e comercialização de alimentos, artigos de higiene pessoal e medicamentos.
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Maduro alega que a Venezuela enfrenta "circunstâncias extraordinárias no âmbito social, econômico e político que afetam a ordem constitucional, a paz social, a segurança da nação, as instituições públicas e os cidadãos".
Atingida pela queda nos preços do petróleo, a Venezuela enfrenta uma severa escassez de alimentos e medicamentos, além de uma inflação prevista de 720% para 2016, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O presidente chavista atribui os problemas de abastecimento a uma "guerra econômica" promovida pela oposição com o apoio dos EUA, e designou 18 comandantes militares para fiscalizar a produção e distribuição de arroz, carnes e papel higiênico, entre outros.
A oposição prevê uma grande mobilização para esta sexta-feira, 16, em todo o país, para exigir a realização do referendo revogatório do mandato de Maduro ainda neste ano.
Esta foi a quarta prorrogação do estado de exceção, após os decretos de março, maio e julho. Nenhum dos decretos recebeu o aval do Parlamento, controlado pela oposição, mas foram declarados constitucionais pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). / AFP
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