10 de outubro de 2012 | 21h42
Analistas venezuelanos de ambos os lados do espectro político concordam em um ponto: o ministro das Relações Exteriores Nicolás Maduro sai fortalecido com a nomeação para vice-presidente de Hugo Chávez. Ele se torna - no momento - o favorito do presidente, disseram especialistas ao Estado.
Veja também:
ESPECIAL: Eleições na Venezuela
"Maduro é o herdeiro ideológico de Chávez. É seu delfim", avalia o cientista político Omar Noria, da Universidade Simón Bolívar (USB), crítico ao chavismo. De acordo com o analista, Maduro vem ganhando força nos bastidores há pelo menos dois anos. Com a doença de Chávez, aproximou-se ainda mais do presidente.
"Era previsível que Maduro, que apareceu muito próximo do presidente antes da eleição e durante suas viagens a Cuba, recebesse esse apoio", acrescenta Noria "O chanceler é, até agora, o melhor intérprete de sua política."
Para o sociólogo Óscar Reyes, consultor do canal estatal TVES, além de uma demonstração de proximidade de Chávez com o chanceler, a nomeação de Maduro para vice ecoa o discurso de conciliação que o presidente reeleito adotou nos últimos dias.
"Chávez colocou seu chefe de diplomacia como vice e isso é significativo. Jaua não tem esse perfil de negociação", avalia. "Vão especular muito sobre a saúde de Chávez agora. E, pensando num sucessor, de fato Nicolás é um dos nomes mais fortes, porque pode negociar com os setores radicais de esquerda."
Noria, no entanto, contesta o real significado da moderação do discurso de Chávez. "São palavras vazias", diz. "Além disso, Maduro está completamente alinhado ideologicamente ao presidente. É um lugar-tenente."
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.