Mãe conta como afogou os cinco filhos

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Por Agencia Estado
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A norte-americana Andrea Pia Yates, de 36 anos que na quarta-feira assassinou seus cinco filhos, disse à polícia ter afogado um de cada vez na banheira e perseguido o mais velho, Noah, de 7 anos, pela casa, pois ele tentou escapar depois de vê-la matar a irmã de 6 meses, Mary. Andrea arrastou Noah até o banheiro e lá o matou, segundo apurou o diário texano Houston Chronicle. Os peritos forenses informaram na quinta-feira à noite que a causa da morte das crianças foi asfixia e afogamento. No áudio do depoimento aos policiais, Andrea descreveu como matou metodicamente as crianças. Um investigador comentou que ao fazer o relato ela falava como se fosse um "zumbi", revelou o jornal. Na primeira audiência hoje com uma juíza de Houston, no Texas, Andrea deu respostas curtas às perguntas e não demonstrou emoções. O tribunal designou o advogado Bob Scott para defendê-la porque ela alegou não ter condições de pagar os serviços. O promotor-adjunto do Condado de Harris, onde corre o processo por assassinato em primeiro grau, Joe Ownby, explicou que será convocado um grande júri para formular as acusações contra Andrea, depois do exame do arquivo policial e de discussão do caso com investigadores. Ele não quis dizer se os promotores pedirão a pena de morte, sentença máxima por homicídio no Estado do Texas. "Trabalho há 15 anos com casos de homicídio. Este é o caso mais horrível que eu já vi", disse Ownby. Depois de matar as crianças, Andrea ligou para a polícia e solicitou que fosse ao local, pois havia matado os filhos. Também telefonou para o marido, Russell, e pediu que voltasse correndo para casa porque as crianças estavam "feridas". Ele chegou pouco depois dos agentes. O marido de Andrea atribuiu na quinta-feira a tragédia à depressão pós-parto, doença da qual sua mulher se tratava desde o nascimento do quarto filho, Luke, de 2 anos, em 1999. Nesse ano, ela tentou o suicídio e as crianças chegaram a ficar sob os cuidados da sogra temporariamente. Segundo Russell, ela melhorou depois de tomar medicamentos e só voltou a apresentar novamente os sintomas três meses depois do nascimento da caçula, Mary. "O pai dela morreu e isso a levou a uma depressão profunda", afirmou ele. Andrea abandonou em 1994 a profissão de enfermeira para dedicar-se aos filhos. Russell é engenheiro especializado em computação e trabalha no programa do ônibus espacial da Nasa.

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