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Mãe de paquistanesa detida em aeroporto acusa FBI de discriminação

Testes descartaram a possibilidade de que líquido encontrado com a mulher na quinta-feira seja explosivo; alarme provocou o esvaziamento de aeroporto

Por Agencia Estado
Atualização:

A mãe da mulher cuja bagagem causou o fechamento de um aeroporto da Virginia Ocidental por nove horas e meia na quinta-feira afirmou que a suspeita pairou sobre sua filha apenas por sua origem étnica, e não pelos líquidos que estavam dentro de garrafas encontradas na bagagem da mulher. Depois de sua filha ter sido impedida de embarcar, Mian Qayyum afirmou de sua casa, na cidade de Jackson, no Michigan, que a filha, Rima Qayyum, está grávida de quatro meses, mora em Barboursville e é inocente. "Ela só levava as garrafas de água pois está grávida e precisava beber e lavar o rosto", disse. "Não foi apenas um alarme falso, foi discriminação racial porque não havia nada", assegurou. "Deveriam desculpar-se na televisão". O FBI não respondeu ao pedido de Mian. Funcionários acharam a garrafa em uma bagagem de mão de Rima durante o check-in, que iria embarcar para Charlotte, na Carolina do Norte, afirmou Jim Booton, um dos chefes do aeroporto. As primeiras provas realizadas por laboratórios do FBI não deram evidências da existência de materiais explosivos nas garrafas carregadas por Rima, uma paquistanesa de 28 anos vestida segundo as tradições islâmicas, com a burca cobrindo sua cabeça. Não foram abertas denúncias contra a mulher, que não foi detida e cooperou com o FBI durante um interrogatório. Aeroporto fechado O terminal foi isolado às 11h25 (horário local), assim que cães farejadores apontaram que as garrafas poderiam conter líquido explosivo. Depois, provas químicas mostraram que não se tratava de explosivos, afirmou o chefe da unidade de operações especiais da polícia estatal, Jack Chambers. O FBI planejava realizar nesta sexta-feira novas provas, segundo o porta-voz Jeff Killeen. A mulher comprou somente uma passagem de ida para Detroit com escala em Charlotte, na quarta-feira. Devido ao incidente, não pode embarcar. Rima Qayyum planejava voltar para o aeroporto e tomar outro avião, ainda nesta sexta-feira, segundo sua mãe. O aeroporto retomou suas rotina normal na manhã desta sexta-feira. Três suspeitas desde o dia 10 de agosto O medo de novos ataques terroristas, principalmente na rota considerada mais perigosa, entre Estados Unidos e Grã-Bretanha, faz com que qualquer suspeita aborte uma decolagem ou mude o destino das aeronaves. Além da suspeita no aeroporto de Ceredo, na Virginia Ocidental, outros dois casos foram reportados durante esta semana. Nesta sexta-feira, um Boeing da companhia Excel que fazia o trajeto entre a Inglaterra e o Egito foi desviado para o aeroporto italiano de Brindisi, no sul do país. A suspeita de bomba surgiu depois que um passageiro achou um papel que tinha a mensagem "neste avião tem uma bomba". Os 278 passageiros foram tirados da aeronave, que vai passar por uma perícia. Na última quarta-feira, dia 16, um vôo que ia da Inglaterra para Washington foi desviado para Boston, depois de o piloto declarar problemas com um passageiro. Até realizar o pouso, no Aeroporto Internacional Logan, a aeronave foi escoltada por jatos americanos. Depois que as bagagens de todos os passageiros foram colocada na pista do aeroporto e a polícia não encontrar nenhuma suspeita de bomba ou explosivo, foi divulgada a informação de que uma das passageiras era claustrofóbica e ficou irritada com a tripulação do avião.

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