Mãe foge com filho doente para escapar de quimioterapia

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Por AE-AP
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Um juiz dos Estados Unidos ordenou hoje a detenção da mãe de um menino de 13 anos com câncer porque ela, por motivos religiosos, recusou que o filho fizesse o tratamento quimioterápico indicado pelos médicos. Colleen Hauser e seu filho, Daniel, que tem linfoma de Hodgkin, teriam deixado na segunda-feira sua casa em New Ulm, no Estado de Minnesota, pouco após uma consulta médica na qual exames indicavam que o tumor estava crescendo. Eles estão sendo procurados pelas autoridades de vários Estados norte-americanos.Diagnosticada em janeiro, a doença é considerada curável com quimioterapia e radiação, mas Daniel abandonou o tratamento após a primeira sessão. Na semana passada, um juiz local, John Rodenberg, havia decidido que os pais de Daniel estavam negligenciando a saúde do filho. Com a fuga de Colleen, Rodenberg ordenou sua prisão e que o adolescente seja colocado sob a tutela do Estado. Ele também deverá ser examinado por um especialista em câncer, que definirá o tratamento. Segundo o juiz, Daniel, que tem problemas de aprendizado e não sabe ler, não entendeu os benefícios da quimioterapia. A família Hauser se diz católica, mas também pertence a um grupo religioso chamado Nemenhah, que acredita em métodos "naturais" de cura praticados por índios. Daniel havia testemunhado perante o juiz que acreditava que a quimioterapia o mataria. O jovem também declarou que se alguém tentasse tratá-lo à força, ele resistiria. "Eu brigaria. Eu socaria e chutaria", disse ele ao juiz. Colleen havia dito ao magistrado que tratava o câncer do filho com suplementos herbáceos, vitaminas, água ionizada e outras terapias alternativas. O fundador do Nemenhah, Philip Landis, criticou a fuga. "Você não resolve nada desrespeitando uma ordem judicial", afirmou.O pai do menino, Anthony Hauser, declarou não saber o paradeiro da mulher e do filho. Mas também disse que não tentou localizá-los. Segundo o testemunho de Anthony, ele viu Daniel pela última vez na manhã de segunda-feira e Colleen na noite do mesmo dia, quando ela teria dito a ele que estava partindo "por um tempo". Anthony também afirmou que a mulher deve ter ficado assustada com o resultado dos exames e achado que isso seria usado para tirar Daniel de sua custódia.O pai do menino contou que não se opõe à quimioterapia "se ela for necessária", mas acha que os médicos usam este método em excesso. Ele também criticou as autoridades. "Não sei porque eles provocaram esta situação. Por que eles pensam que têm direitos sobre meu filho?"

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