O documento de acordo de princípios elaborado pelo chanceler de Israel, Shimon Peres, e o presidente do Conselho Legislativo palestino, Abu Ala, é apoiado por 61% dos israelenses. Foi o que revelou uma pesquisa de opinião realizada pelo jornal Maariv, enquanto outro diário, o Haaretz, afirma hoje que o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, considera esse acordo um erro e se negou a assinar o rascunho do mesmo. O documento prevê o reconhecimento, dentro de dois meses, por parte de Israel, do Estado da Palestina, com soberania sobre 42% da Cisjordânia e Faixa de Gaza. Também contempla que haverá em seguida um período de negociações não superior a um ano para definir acordos sobre as questões que permanecem em aberto: os limites da Palestina, o futuro dos refugiados e dos colonos, o status dos lugares santos e de Jerusalém Oriental. A sondagem também revelou que 57% dos israelenses consideram que se deve acelerar os contatos diplomáticos, enquanto 27% aconselham que seja declarada a guerra contra os palestinos. Já 15% preferem que as coisas permaneçam como estão agora. A popularidade pessoal do premier Sharon, do Partido Likud, continua sendo relativamente alta: 58% dos israelenses estão satisfeitos com sua política. No entanto, segundo Sharon, a iniciativa de Peres e Abu Ala de elaborar um novo acordo de transição fracassou. Para o jornal Yediot Ahronot, o primeiro-ministro israelense recusou-se a assinar o rascunho do texto do acordo de princípios no qual seu chanceler trabalha. Sharon disse ao periódico que autorizou Peres a se reunir com Abu Ala, mas só para debater o cessar-fogo e não para discutir questões de caráter político. Segundo as declarações de Sharon, o presidente palestino não está realizando os esforços exigidos por Israel para combater o terrorismo. Submetido a pressões internacionais muito fortes, Yasser Arafat mandou prender 33 militantes palestinos procurados por Israel para em seguida acomodá-los em confortáveis apartamentos, sem que eles tenham sido ainda interrogados. "Arafat ergueu um império baseado em mentiras", concluiu Sharon em sua entrevista ao Yediot Ahronot.