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Maioria dos venezuelanos rejeita golpe

Por Agencia Estado
Atualização:

Entre os venezuelanos, 65% rejeitam a possibilidade de um levante militar para derrubar o governo constitucional do presidente Hugo Chávez, segundo pesquisa da empresa privada Consultores 21 publicada hoje pelo jornal El Nacional. A sondagem foi realizada entre os dias 20 de abril e 5 de maio, poucos dias após o frustrado golpe de Estado que afastou Chávez da presidência por menos de 48 horas. Dos consultados, 59% consideraram que o motivo da insurreição cívico-militar do dia 11 de abril foi dar um golpe de Estado contra Chávez - o que é negado por seus protagonistas, que alegam terem apenas preenchido um "vazio de poder". A enquete considerou uma amostra de 1.500 residências localizadas nas mais importantes cidades do país e admite uma margem de erro de 2,58%. Para 36% dos interrogados, a intenção da sublevação era conseguir um governo de transição e de unidade nacional em meio à severa crise política, econômica e militar que o país enfrenta. Segundo 66% dos ouvidos, a situação atual do país é "pior" do que há um ano, mas - paradoxalmente - 52% consideram que Chávez "tem credibilidade", enquanto 48% consideram que o governante "não tem credibilidade". A pesquisa também revela que um em cada 3 venezuelanos qualifica de forma abertamente positiva a gestão de Chávez, mas registra uma tendência de diminuição desta percepção. Na semana passada, os venezuelanos enfrentaram uma escalada de rumores - via Internet, por telefone e até mesmo com panfletos de rua - segundo os quais estava em preparação outro golpe contra Chávez. Os supermercados de classe média ficaram abarrotados de compradores nervosos com os rumores de uma suposta queda do governo. Por sua vez, o ex-autoproclamado presidente interino da Venezuela, Pedro Carmona, que substituiu Chávez no poder em 12 de abril e depois fugiu, declarou de seu exílio na Colômbia ao jornal El Universal de Caracas que "por enquanto não está em cogitação um golpe de Estado".

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