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Mais de 100.000 egípcios protestam contra guerra

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais de 100.000 pessoas reuniram-se no principal estádio do Cairo, nesta quinta-feira, e protagonizaram a maior demonstração já realizada no país contra as ameaças norte-americanas de guerrear com o Iraque, informou a polícia. Organizadores estimaram a multidão em 170.000 pessoas. "Estamos aqui porque não podemos assistir passivamente enquanto nossos irmãos e irmãs são mortos na Palestina e estão prestes a serem assassinados no Iraque", disse Safeya Mohamed, um estudante de 20 anos proveniente da Ismailia, no Canal de Suez. Os manifestantes começaram a chegar ao estádio nas primeiras horas do dia, em caravanas vindas de diversas regiões do país. Alguns gritavam "derrubem os EUA"; outros chutavam efígies do presidente norte-americano, George W. Bush. Muitos manifestantes também levaram bandeiras iraquianas e palestinas. O sentimento antiamericano está altíssimo no Egito, devido aos planos do governo Bush de atacar o Iraque e à percepção de que Washington apóia Israel no conflito entre o Estado judeu e os palestinos. A manifestação foi organizada por diversos grupos e contou com a aprovação do governo egípcio, que deslocou um grande contingente de policiais para evitar que a manifestação pela paz acabasse em violência. "Se o senhor Bush acredita em democracia, ele deveria ouvir a voz da maioria, que diz não à guerra", comentou o líder islâmico Omar Azzam. "Ele se perde pelo petróleo, interfere em nossos assuntos sob o pretexto dos direitos humanos e quer nos dar lições sobre democracia - Bush é a arrogância encarnada", disse o professor Salem Fawzi.

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