Mais de 150 estudantes são detidos em protestos no Chile

Cerca de 100 policiais saem feridos de manifestações convocadas por esquerdistas em feriado que homenageia irmãos guerrilheiros vítimas da ditadura de Pinochet

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Por Agencia Estado
Atualização:

Protestos estudantis em Santiago deixaram mais de 150 detidos, cerca de 100 policiais feridos e causaram danos a bens públicos e privados nesta quinta-feira, 29, durante uma manifestação organizada por grupos de extrema esquerda para marcar o "Dia do Jovem Combatente" e protestar contra o novo sistema de transporte público. Centenas de estudantes, a maioria encapuzada, jogaram pedras, paus e coquetéis Molotov contra policiais e ônibus públicos. A manifestação ocorreu na Praça Itália e interrompeu o trânsito na principal avenida de Santiago, a Alameda Bernardo O´Higgins. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e jatos d´água para dispersar os manifestantes, mas eles se agruparam novamente. Horas depois, dezenas de pessoas se uniram ao protesto. Além das detenções e dos feridos, dezenas de veículos foram danificados. À tarde, a situação se acalmou, mas as autoridades aguardavam para a noite novas manifestações. A polícia prendeu mais de 150 pessoas no início da tarde, em suma maioria menores de idade, segundo as autoridades da capital. Outros estudantes manifestaram de maneira pacífica e observaram os confrontos. Várias universidades de Santiago fecharam suas portas na quinta-feira para prevenir incidentes, em uma data que lembra a morte dos irmãos e militantes de um grupo guerrilheiro, Eduardo e Rafael Vergara Toledo, mortos por agentes policiais em 1985, durante a ditadura de Augusto Pinochet. O governo anunciou na quarta-feira que estava mobilizando cerca de 4 mil policiais para prevenir atos violentos que geralmente eclodem no "Dia do Jovem Combatente". O subsecretário do Interior, Felipe Harboe, afirmou que "a violência não tem nada a ver com a morte dos irmãos Toledo" e acrescentou que a violência distorceu a importância da data.

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