Mais de 3 mil pessoas abandonam suas casas na Colômbia por pressão das Farc

Situação nas zonas rurais onde há produção ilegal de coca é 'crítica', aponta governo

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BOGOTÁ - Pelo menos 3.125 pessoas foram obrigadas a deixarem suas casas em zona rurais de Anorí (noroeste da Colômbia) perante as pressões das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que buscam proteger os cultivos ilícitos de folha de coca, disseram nesta quarta-feira, 26, fontes oficiais.

 

"Já registramos um total de 3.125 pessoas forçadas a abandonarem as casas pela violência", afirmou Alexander Restrepo, secretário do Governo de Anorí, localidade do departamento de Antioquia, em declarações a imprensa colombiana.

 

A situação é "crítica", segundo disse o governador de Antioquia, Luis Alfredo Ramos, à "Caracol Radio".

"Tudo é por uma pressão das Farc, que se opõem a uma intervenção do Exército para fumegar cultivos ilícitos em zonas rurais de Anorí habitadas por indígenas e camponeses", acrescentou.

 

Uma comissão do Departamento Administrativo para a Prevenção, Atendimento e Recuperação de Desastres de Antioquia oferece ajuda humanitária aos deslocados, indicou Ramos.

 

Em Antioquia operam duas frentes das Farc, a 18 e a 36, que "vivem do narcotráfico", apontou o governador, que acrescentou que por isso elas veem prejudicadas pela intervenção do Exército nos cultivos.

 

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O líder guerrilheiro identificado com o conhecido como de "El Pájaro" é quem está "à frente" da pressão contra camponeses e indígenas que provocou este êxodo em massa, de acordo com Ramos.

 

Por outro lado, cerca de 200 pessoas tiveram que abandonar suas residências na segunda-feira no assentamento "Los Chorros", no departamento do Cauca (sudoeste), por conflitos entre militares e membros das Farc, informou em comunicado a associação dos indígenas.

 

Na Colômbia mais de 4,5 milhões de pessoas tiveram que abandonar suas casas de origem desde 1985 por conflito armado interno.

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