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Mais de 30 morreram em 24 horas no Iraque

Onda de violência cresce no Iraque e autoridades do governo são atacadas

Por Agencia Estado
Atualização:

A morte de 16 iraquianos nesta quarta-feira em um atentado suicida em Faluja aumenta para mais de 30 o número de vítimas fatais na onda de violência das últimas 24 horas no Iraque, onde também foram encontrados 37 corpos com marcas de tiro. O ataque em Faluja, no qual outras 27 pessoas ficaram feridas, aconteceu esta manhã, quando um suicida detonou a bomba que tinha presa ao corpo perto de um centro de recrutamento da Polícia nessa cidade, 50 quilômetros ao oeste de Bagdá. Segundo o diretor do hospital geral de Faluja, Abdala Mohammed Malham, as vítimas fatais podem aumentar, porque alguns dos feridos estão em estado grave. Malham disse que sete cadáveres não puderam ser reconhecidos, devido aos destroços causados pela explosão. Fontes policiais explicaram que as vítimas são na maioria policiais e recrutas que tinham ido às dependências policiais em resposta à chamada do Conselho de Ulemás de Faluja - máxima autoridade religiosa local - para defender as mesquitas da localidade. Faluja está situada no "triângulo sunita", que inclui cidades como Baquba e Ramadã, e é palco de freqüentes ataques contra as tropas americanas e as forças de segurança iraquianas. As forças americanas e iraquianas lançaram duas ofensivas contra redutos da insurgência sunita em Faluja, uma em abril de 2004 e outra em novembro do mesmo ano. A situação se acalmou na cidade depois dessa última campanha militar, e após a operação veio a notícia da morte de centenas de supostos rebeldes e de cerca de 70 soldados americanos, assim como da detenção de centenas de supostos insurgentes. No entanto, nos últimos meses, voltaram a ser registrados em Faluja novos ataques e atentados. Além disso, uma bomba explodiu nesta quarta-feira pouco antes das 12h (horário local) em um mercado do bairro xiita de Al Shula, no norte de Bagdá, e deixou 15 feridos de diversas gravidades. O exército americano informou nesta quarta, em comunicado, sobre a morte de 10 civis iraquianos no atentado com carro-bomba cometido na terça-feira por um suicida contra o governador da província de Al Anbar (oeste do Iraque), que saiu ileso, mas cinco guarda-costas ficaram feridos. Após a explosão, aconteceu um tiroteio entre os membros de uma patrulha militar americana e um grupo de insurgentes no lugar do ataque, acrescentou o comunicado, sem dar mais detalhes. A província de Al Anbar, situada no "triângulo sunita", é uma das principais fortificações dos grupos rebeldes, que consideram as tropas dos EUA como forças ocupantes e o governo iraquiano como colaboracionista. Outras ações de violência deixaram oito mortos na última terça-feira, incluindo quatro estudantes universitários que viajavam em um microônibus pelo bairro de Al Dura, no sul da capital. A polícia iraquiana encontrou em diferentes áreas do país, especialmente Bagdá, 37 corpos com sinais de tortura. Quatorze dos 37 corpos, todos com as mãos amarradas nas costas e com marcas de tiros, foram encontrados nesta quarta em uma avenida do bairro de Hai a Shaab, no nordeste da capital, disse o capitão de polícia, Ahmad Abdallah. Outros 13 corpos foram encontrados na última terça nos bairros xiitas de Al Shola e Al Sadr, e sete em diferentes áreas da capital, enquanto outros três corpos foram encontrados na localidade de Dujail, 70 quilômetros ao norte da capital.

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