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Mais de 700 taleban foram mortos em ofensiva, diz Paquistão

ONU adverte para 'deslocamento em massa' de civis por combates em região controlada por militantes

Por Agências internacionais
Atualização:

Aviões de combate do Paquistão bombardearam nesta segunda-feira, 11, supostas bases de militantes islâmicos num enclave no Taleban nos arredores da capital, enquanto continuam com a ofensiva que, segundo o governo, provocou a morte de 700 insurgentes e provocou a fuga do grupo islâmico da região.

 

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A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que 360.600 refugiados escaparam do Vale do Swat e dos distritos de Dir e Buner depois que começaram as operações militares na região, na semana passada. Este número se agrega aos cerca de meio milhão de deslocados por ofensivas anteriores, o que aponta para uma grave crise humanitária para um governo fraco, o que pode colocar em teste o apoio público para a operação.

 

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) advertiu que está acontecendo um "deslocamento em massa" no noroeste do Paquistão. Os civis aproveitam quando se levanta parcialmente o toque de recolher vigente para se dirigir a áreas mais seguras. Em poucos dias, entre 150 mil e 200 mil pessoas chegaram a zonas consideradas mais seguras, como a Província da Fronteira do Noroeste (NWFP), e outras 300 mil se dirigem à mesma ou estão prontas para partir, segundo o organismo humanitário.

 

"Estes novos fluxos de deslocados estão provocando uma pressão adicional nos recursos disponíveis para esta emergência", declarou em Genebra o porta-voz da agência da ONU, Ron Redmond. Ele explicou que as últimas informações recebidas indicam que as rotas de Swat e Buner estão abarrotadas de todo tipo de veículos que transportam famílias que fogem dos combates e que só levam um pouco de roupa. Estas vítimas do conflito relataram aos voluntários as dificuldades de conseguir um meio de locomoção para chegar a zonas mais seguras e que tiveram que pagar tarifas exorbitantes (de várias centenas de dólares) para alugar algum veículo.

 

O Acnur instalou 12 centros para registrar os novos refugiados em três distritos (Mardan, Swabi e Charsada), mas considera que não é suficiente e planeja abrir 75 mais, assim como centros humanitários para as pessoas que permaneçam fora dos campos de refugiados. No total, a agência das Nações Unidas abriu e administra 11 acampamentos que abrigam 93 mil pessoas, enquanto outras centenas de milhares são amparadas por familiares, amigos ou alugam um quarto.

 

Islamabad endureceu as ações militares contra o Taleban em resposta ao pedido dos EUA, para impedir que a Al-Qaeda e o Taleban usem bases em áreas controladas pelos terroristas para planejar ataques contra as forças americanas e da Otan no Afeganistão e ainda desestabilizem o governo do Paquistão, país que possui armas nucleares.

 

O ministro do Interior Rehman Malik afirmou que 700 militantes foram mortos nos últimos quatro dias. Outros 20 soldados também morreram na operação, segundo o ministro. "A operação vai continuar até o último taleban". "Nós não demos a eles nenhuma chance. Eles estão fugindo, não estavam esperando uma ofensiva". Os números fornecidos por Malik e os anúncios de sucesso do Exército paquistanês não puderam ser confirmados, já que os militantes restringem o acesso da imprensa aos campos de combate e muitos jornalistas locais deixaram a região. O governo não fala sobre civis mortos, mas a contagem de refugiados sugere que o número de vítimas pode ser significativo.

 

Carro-bomba

 

Um terrorista suicida detonou um carro cheio de explosivos próximo a um posto de segurança no noroeste do Paquistão, matando 10 pessoas e ferindo outras sete, segundo autoridades locais. O ataque ocorreu na periferia de Darra Adam Khel, cidade a cerca de 25 km ao sul de Peshawar, capital da Província da Fronteira Noroeste, onde as forças de segurança travam um pesado combate contra os rebeldes talebans.

 

Dois integrantes das forças de segurança estão entre os mortos, de acordo com uma fonte militar. Uma menina de seis anos também foi morta e entre os feridos há três crianças e uma mulher, disse um policial. Ninguém reivindicou a responsabilidade pelo atentado, mas as forças de segurança paquistanesas são um alvo frequente dos militantes islâmicos.

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