Mais de um milhão se despedem da rainha-mãe

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Por Agencia Estado
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Mais de um milhão de pessoas despediram-se nesta terça-feira da rainha-mãe, no curto trajeto do cortejo - da sede do Parlamento à Abadia de Westminster, onde ocorreram atos religiosos em memória dela. Muitos súditos emocionados choravam, enquanto outros lançavam flores sobre o caixão que era transportado na mesma carruagem aberta usada há 50 anos nos funerais do marido dela, o rei George VI. A rainha-mãe foi sepultada no mausoléu real do Castelo de Windsor, na capela de St. George. Ela repousa num túmulo ao lado dos do marido e da filha Margaret, recentemente falecida. As homenagens dos britânicos à rainha-mãe, membro da família real mais estimado do império por sua corajosa atuação no atendimento a vítimas dos bombardeios nazistas de Londres durante a 2ª Guerra, foram as maiores realizadas desde o enterro do ex-primeiro-ministro Winston Churchill. A cerimônia na Abadia de Westminster, presidida pelo arcebispo de Canterbury, George Carey, foi transmitida por TV para todo o mundo. Quando o caixão com a bandeira e a coroa da rainha-mãe entrou no templo, o sino da abadia tocou pela 101ª vez - o numero dos anos de vida dela - e parou. Observaram-se, então, dois minutos de silêncio em todo o país. Fábricas, escritórios, escolas, carros e até trens e o metro pararam. "A rainha-mãe foi como o sol, nos banhando com seu forte calor", disse o arcebispo Carey, arrancando lágrimas do neto predileto dela, o príncipe Charles, herdeiro do trono. A rainha Elizabeth II acompanhou o ato religioso de cabeça baixa. O arcebispo destacou que o fato de centenas de milhares de pessoas terem permanecido em fila nas imediações do Parlamento para dar o último adeus "foi o testamento da vida dela". A emoção causada pela morte da rainha-mãe entre os britânicos chegou mesmo a elevar o prestígio da família real, que vinha registrando sucessivas quedas por causa dos escândalos amorosos envolvendo Charles e seus irmãos. Segundo pesquisa do jornal Independent, apenas 12% dos britânicos entrevistados defendem hoje a abolição da monarquia. Há um ano, 34% pediam a instauração de uma república. O corpo deixou a abadia e seguiu num veículo especial para Windsor (a 30 quilômetros dali), acompanhado apenas pelo príncipe Charles. A BBC descreveu as exéquias como fim de um dos mais importantes capítulos da história da realeza britânica.

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