Sangue servirá para tingir as dependências governamentais. Foto: Sakchai Lalit/AP
Dezenas de milhares de tailandeses voltaram a se manifestar nesta terça-feira, 16, em Bangcoc, terceiro dia consecutivo de movimentos para exigir a convocação de eleições, depois que o Governo se manteve firme perante suas ameaças.
As 24 horas que os opositores deram ao Governo do primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva terminaram às 2h (de Brasília) de segunda-feira, 15, e agora o país vive momentos de tensão esperando o próximo movimento dos "camisas vermelhas".
Cerca de 50 mil militares e policiais vigiam a mobilização, organizada pelo grupo Frente Unida para a Democracia e contra a Ditadura, com ordens de evitar o uso da força.
Os seguidores do grupo propuseram recolher mil litros de sangue de seus seguidores para atirar contra o palácio governamental nesta tarde. Desta forma, os seguidores do ex-primeiro-ministro deposto e exilado, Thaksin Shinawatra, querem tingir de vermelho - cor que lhes caracteriza - as dependências governamentais enquanto demonstram que estão dispostos a dar seu própria sangue.
Os "camisas vermelhas" formaram na segunda-feira uma passeata que cobria avenidas e as principais ruas da capital, até o quartel-general do primeiro-ministro, que recebeu ameaças para renunciar.
Vejjajiva não cedeu às ameaças, e abandonou o edifício em um helicóptero. Os manifestantes, então, decidiram retornar ao acampamento base do protesto, instalado em uma das principais avenidas de Bangcoc, próxima ao antigo palácio real.
Shinawatra, condenado à revelia em 2008 a dois anos de prisão por um delito de corrupção, dirige o protesto do exílio, em um país que a imprensa tailandesa especulava que poderia ser Alemanha, Camboja, Montenegro ou outro.
Os dirigentes da Frente Unida não conseguiram reunir o milhão de pessoas que esperavam, nem sequer o meio milhão que tinham garantido como participação mínimo, mas tiveram sob seu controle mais de 100 mil pessoas.