Mais um juiz ordena captura e extradição de Isabelita Perón

Essa é a segunda ordem de prisão decretada em menos de uma semana contra a ex-presidente argentina, por responsabilidade em crimes cometidos nos anos 70

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um juiz de Buenos Aires ditou nesta terça-feira uma nova ordem de captura e extradição, a segunda em menos de uma semana, contra a ex-presidente argentina Isabelita Perón, por sua responsabilidade em crimes do grupo de extrema direita Triplo A cometidos nos anos 70. A ordem, emitida pelo juiz federal Norberto Oyarbide, se une a ordem emitida na última quinta-feira por outro magistrado que investiga a viúva do general Juan Domingo Perón por delitos de repressão cometidos na província de Mendoza (oeste da Argentina). Oyarbide, que investiga oito homicídios cometidos pela Aliança Anticomunista da Argentina (Triplo A) durante o Governo de Martínez (1974-1976), também ditou o processo da ex-governante e ordenou que ela preste depoimento. Em uma resolução de três páginas, o juiz lembrou que "a formação do grupo chamado de Triplo A teria funcionado na órbita do Ministério de Bem-Estar Social", quando esta pasta estava a cargo de José López Rega, que foi o "homem forte" do Governo da viúva de Perón. Ele também fez alusão à evidências "da compra de armas no exterior através do Ministério de Bem-Estar Social", o que fez com que tenha defendido que "não se pode descartar que o Poder Executivo Nacional tenha participado diretamente nas operações". O grupo de extrema direita criado em 1973 pelo falecido López Rega é responsabilizado por cerca de 1.500 atentados e assassinatos de opositores e membros de entidades de esquerda no meio de um dos piores períodos de violência política vividos pelo país. Martínez, de 75 anos e mais conhecida como "Isabelita", vive desde 1981 em Madri, onde na última sexta permaneceu detida algumas horas por causa de uma ordem de captura com fins de extradição ditada pelo juiz da província argentina de Mendoza Raúl Acosta. Nas últimas semanas foram detidos três ex-policiais que integrarm o comando do Triplo A e cuja prisão foi solicitada por Oyarbide junto com a de um civil que permanece foragido.

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