Malala e indiano Kaliash Satyarthi ganham o Nobel da Paz

Adolescente foi atacada pelo Taleban no Paquistão em 2012 por defender a educação para meninas

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Por Andrei Netto
Atualização:
Malala Yousafzai participa de evento na Grã-Bretanha Foto: Susan Walsh/AP

PARIS- A paquistanesa Malala Yusafzai e o ativista dos direitos humanos indiano Kaliash Satyarthi são os ganhadores do Prêmio Nobel da Paz de 2014. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 10, em Oslo, na Noruega. 

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"O Prêmio Nobel da Paz de 2014 foi dado em conjunto aKailash Satyarthi e Malala Yousafzai por sua luta contra a opressão das crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação", informou o presidente do júri do comitê do Nobel, Thorbjoern Jagland

A entidade disse ainda que o prêmio é importante para unir indianos e paquistaneses, hindus e muçulmanos, na luta comum contra o extremismo e pela educação

Na Índia, Satyarthi agradeceu o prêmio e o dedicou às crianças que vivem em regime de escravidão. "Esse prêmio honra todas as crianças que sofrem com a escravidão, trabalhos forçados e tráfico de pessoas", disse o ativista à TV indiana.

Aos 17 anos, Malala é a ganhadora mais jovem do prêmio e a mais conhecida no Ocidente. Aos 11 anos, por meio de seu Diário de uma estudante paquistanesa, publicado em um site local da rede pública de TV britânica BBC, ela denunciou a violência imposta pelos talibãs em sua região, o Vale de Swat. 

Em 9 de outubro de 2012, Malala sobreviveu a uma tentativa de assassinato, sendo gravemente ferida e transferida para a Inglaterra, onde foi tratada e se recuperou, aprofundando sua militância política. Em 2013, já fora considerada por muitos como merecedora e até favorita ao Nobel da Paz, vencido pela Organização para a Proibição de Armas Químicas.

Menos conhecido do público ocidental, Kailash Satyarthi é o criador de uma organização não-governamental, Bachpan Bachao Andolan, por meio da qual incrementou sua luta contra o trabalho infantil, iniciada nos anos 1990. A instituição reivindica ter auxiliado 80 mil crianças a deixarem o trabalho e a retornarem às escolas. Satyarthi também é um dos líderes do movimento Global March Against Child Labor - Macha Global Contra o Trabalho Infantil.

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