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Maliki alerta para o risco de que a guerra se espalhe

Em discurso na ONU, presidente iraquiano pede que vizinhos bloqueiem a entrada de terroristas no país

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Por Redação
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Nova York - Em seu discurso na Assembléia-Geral da ONU, o presidente iraquiano, Nuri al-Maliki, fez ontem um alerta sobre o perigo de a guerra espalhar-se pelo Oriente Médio. Se não for bloqueada a entrada de armas, terroristas e dinheiro para financiar milícias através das fronteiras do Iraque, haverá "conseqüências desastrosas para os povos da região e de todo o mundo", advertiu. Maliki não especificou a quais países fronteiriços se referia, mas Washington acusa dois vizinhos do Iraque, Irã e Síria, de fomentar a violência apoiando milícias xiitas iraquianas. O líder iraquiano pediu que a comunidade internacional, particularmente os vizinhos do Iraque, apóie a reconciliação nacional em seu país para ajudar a pôr fim ao terrorismo e a trazer a paz para o Oriente Médio. "Estamos otimistas, achamos que os países da região vão perceber o perigo dos ataques terroristas contra o Iraque e ver que um Iraque enfraquecido não é do interesse de ninguém." A redução da violência sectária foi citada por Maliki como exemplo de progresso. Mas ele disse que "ainda há um longo caminho para alcançar um Iraque estável e próspero". Enquanto Maliki discursava na ONU, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, pedia ao Congresso a ampliação, para US$ 190 bilhões, da verba para as guerras no Afeganistão e no Iraque em 2008. Trata-se de um aumento de quase US$ 50 bilhões em relação ao pedido de US$ 141,7 bilhões feito em fevereiro. DIVISÃO DO IRAQUE No Senado americano, foi aprovada por 75 votos a 23 uma resolução sugerindo a descentralização do poder no Iraque. Pela proposta, cada uma das três grandes comunidades do país - xiitas, sunitas e curdos - teria uma região semiautônoma. Hoje, os curdos são os únicos que têm uma entidade amplamente autônoma, com presidente e Parlamento próprios. A resolução, apresentada pelo pré-candidato democrata à presidência Joseph Biden, não obriga Washington a pressionar Bagdá a aceitar a sugestão.AP

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