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Malvinas têm menos petróleo que o previsto

Anúncio de empresa britânica de que reservas não justificam investimentos leva à queda das ações de companhias com projetos na região

Por Jamil Chade , CORRESPONDENTE e GENEBRA
Atualização:

A empresa britânica Desire Petroleum anunciou ontem a seus acionistas que o volume de petróleo encontrado em suas primeiras explorações nas Malvinas não corresponde às expectativas. Ontem, a empresa relatou a seus investidores que o petróleo encontrado "pode estar presente em intervalos finos, mas a qualidade das reservas é pobre". O poço é apenas um entre os seis que a empresa pretende explorar na região. A notícia, porém, fez desabar as ações de empresas britânicas com projetos na ilha - particularmente as da própria Desire, que perderam metade do valor em um único dia. As ações de outras companhias petrolíferas com atividades nas Malvinas - a Rockhopper e a Falkland Oil and Gas - também foram afetadas. A decisão da empresa de iniciar a exploração causou uma dura resposta por parte do governo argentino. Vários países da região, incluindo o Brasil, saíram em apoio a Buenos Aires. A Argentina alega que as ilhas são parte de seu território. A empresa agora adota um tom de prudência e evita emitir uma sentença sobre o destino de suas atividades. Para a Desire, ainda é cedo para dizer se o poço será suspenso, abandonado ou se a exploração será intensificada, com a meta de encontrar uma reserva mais substancial a uma profundidade maior. O poço é o primeiro a ser explorado na região em 12 anos. A conclusão é a de que ele não é comercialmente viável. O local escolhido para a busca está a mil milhas ao sul das Malvinas. Concluiu-se que o local contém petróleo, mas não o suficiente para justificar investimentos para uma extração. A Desire e outras três empresas britânicas captaram mais de US$ 400 milhões para a exploração na região das Malvinas nos últimos meses. Outra empresa que promete buscar petróleo na região ainda este ano é a Borders & Southern. PARA LEMBRARDecreto sobre tema abre criseEm fevereiro, a presidente argentina, Cristina Kirchner, assinou um decreto que determina que qualquer navio que transite entre a Argentina e as Ilhas Malvinas deverá contar com uma autorização prévia do governo argentino. O decreto foi uma resposta ao sinal verde da Grã-Bretanha para a exploração de petróleo no arquipélago.

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