Mandela continua em estado crítico e recebe visita de familiares

Segundo jornais da África do Sul, ex-presidente respira com ajuda de aparelhos

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Por Redação
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JOHANESBURGO - O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, de 94 anos, permanece hospitalizado em estado crítico, após ter uma piora em seu quadro clínico no último domingo. No dia 8 de junho, Madiba - como é carinhosamente conhecido no país, foi internado com infecção pulmonar.

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A Presidência da África do Sul tinha afirmado - antes de domingo - que Mandela respondia bem ao tratamento e familiares especularam que o ex-presidente teria alta em breve. No entanto, a piora em seu estado de saúde enterrou completamente o otimismo sobre sua recuperação.

A família de Mandela se reuniu terça-feira na cidade de Qunu, onde cresceu o antigo estadista, para discutir "assuntos delicados". O jornal sul-africano The Star afirmou nesta quarta-feira, 26, citando fontes da família Mandela, que a reunião serviu para tratar sobre o lugar em que deverá ser enterrado o líder antiapartheid.

De acordo com as fontes, a família está dividida entre enterrar Madiba em Qunu ou em Mvezo, lugar onde ele nasceu.

O jornal The Citizen, também citando fontes ligadas à família de Mandela, disse que ele respira com a ajuda de aparelhos e tem mau funcionamento de seus rins, sendo submetido a diálises renais periodicamente. Segundo o jornal, os médicos teriam proposto à família a possibilidade de desligar as máquinas que mantêm Mandela vivo.

Enquanto isso, na entrada do Medi-Clinic Heart Hospital de Pretória cidadãos anônimos deixam presentes, flores, mensagens e canções de apoio a Mandela. As visitas ao centro médico continuam e, além da presença diária da família, na terça-feira estiveram no local a ministra da Defesa, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, e o arcebispo anglicano da Cidade do Cabo, Thabo Makgoba.

O ex-médico pessoal de Madiba, Vejay Ramlakan, o visitou nesta quarta-feira no hospital. Desde dezembro, o ex-presidente foi internado quatro vezes.

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Mandela contraiu os problemas respiratórios, dos quais sofre de forma recorrente, durante os seus 27 anos nas prisões do apartheid, regime contra o qual lutou durante quase sete décadas.

O primeiro presidente negro da África do Sul ganhou a admiração dos sul-africanos e do mundo por sua coragem na hora de combater o racismo institucionalizado imposto pela minoria branca e, sobretudo, por sua aposta na reconciliação e convivência. A transição exemplar que liderou junto com o último presidente do "apartheid", Frederik De Klerk, rendeu aos dois o Prêmio Nobel da Paz em 1993./ EFE

Sul-africanos ficam em frente ao hospital onde está Mandela:

 

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