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Manifestações contra filme blasfemo a Maomé atingem outras embaixadas

Sedes diplomáticas da Alemanha e do Reino Unido no Sudão foram invadidas; três pessoas morreram, segundo jornal

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Por Redação
Atualização:

Texto atualizado às 11h35

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CARTUM - Os protestos contra um filme considerado ofensivo ao profeta Maomé atingem outras embaixadas nesta sexta-feira, 14. Dezenas de manifestantes invadiram as embaixadas do Reino Unido e da Alemanha no Sudão.

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As duas sedes diplomáticas ficam próximas, na cidade Cartum. As pessoas escalaram o muro dos locais e ficaram na parte externa dos edifícios. As bandeiras alemã e britânica foram retiradas das embaixadas e substituídas por uma bandeira preta com os dizeres "não há outro Deus que não Alá e Maomé é seu profeta".

Os manifestantes atearam fogo na embaixada da Alemanha e queimaram carros enquanto a polícia jogava bombas de gás. Depois, seguiram em direção à embaixada dos EUA.

De acordo com a agência France Press, são cerca de 10 mil pessoas. O jornal Al Arabyia informou que três pessoas morreram nos confrontos.

Embaixadas dos EUA

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Centenas de manifestantes, muitos deles salafistas, protestam em frente à Embaixada dos EUA na Tunísia. A polícia usa bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.

Cerca de 500 islamitas radicais se manifestam na embaixada norte-americana em Yakarta, Indonésia. "Esse filme insulta nosso profeta. A condenamos. É uma declaração de guerra", afirmou o porta-voz do movimento islamita Huzbut Tahrir e organizador da manifestação.

Entre 300 e 400 policiais foram enviados para a embaixada, já que há o risco de os manifestantes tentarem invadir o local. O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, disse, por meio de um comunicado, que o filme é "lamentável, primeiro por ser blasfemo, e segundo pela repercussão que teve. Lamentamos profundamente as vidas humanas perdidas." 

No Egito e no Iêmen, os confrontos aumentaram. Cerca de 300 pessoas estão reunidas em frente à embaixada dos EUA no Cairo e jogam pedras contra policiais que bloqueiam a entrada da sede diplomática. Bandeiras com dizeres como "Não há Deus que não Alá" são erguidas durante os confrontos com a polícia.

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De acordo com a mídia estatal, 224 pessoas já ficaram feridas desde a noite de quarta-feira. O presidente do Egito, Mohamed Morsi, classificou os ataques à embaixada de "irresponsáveis". "Os ataques a embaixadas ou consulados são inaceitáveis."

Morsi lembrou que seu Governo tem "a obrigação de defender os locais diplomáticos e turísticos" e condenou o ataque em Benghazi, Líbia, que resultou na morte do embaixador dos EUA e outros três funcionários. "Quem mata um homem, mata o mundo inteiro", afirmou, citando uma frase do Alcorão.

No Iêmen, centenas de manifestantes e a polícia se enfrentam em frente à Embaixada dos EUA em Sanaa. Os confrontos foram registrados no acesso principal à embaixada, bloqueado por forças de seguranças, que lançaram jatos de água para dispersar a multidão.

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Os manifestantes entoam frases como "vamos queimar o embaixador", "Alá é grande, há apenas um Deus", "Estados Unidos covarde" e "não se insulta o profeta Maomé". O protesto foi convocado por xiitas independentes do norte do país, que marcharam do Taguir até a sede diplomática.

Na quinta-feira, uma pessoa morreu e outras vinte ficaram feridas após confrontos ao redor da embaixada norte-americana. Naquele momento, manifestantes conseguiram entrar no local, mas não passaram do pátio. O presidente do Iêmen, Abdo Rabu Mansur Hadi, lamentou os ataques na embaixada feitos, na sua opinião, por um grupo com intenção de prejudicar a relação do país com os EUA.

Com Efe e Reuters

 

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