Manifestações foram apenas ''prelúdio''

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Por Nathalia Watkins
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FirmezaBINYAMIN NETANYAHU: "Israel está determinado a defender suas fronteiras"PRIMEIRO-MINISTRO ISRAELENSETEL-AVIVAnalistas israelenses acreditam que os eventos do Dia da Nakba deste ano sejam uma pequena amostra dos possíveis cenários que Israel poderá enfrentar, caso as aspirações nacionais palestinas não sejam concretizadas e uma terceira intifada aconteça. "Não há dúvida de que os eventos de hoje (ontem) são um prelúdio para o que se pode esperar em setembro, após o (possível) reconhecimento do Estado Palestino na Assembleia-Geral da ONU. Israel deve se preparar rapidamente para marchas de árabes em todas as fronteiras", alerta o jornalista Ron Ben Yishai, editorialista do diário israelense Yedioth Aharonot. Tanto o presidente palestino, Mahmoud Abbas, quanto o premiê israelense, Binyamin Bibi Netanyahu, utilizaram os incidentes da Nakba para defender suas posições e buscar apoio da comunidade internacional. Em resposta às justificativas de Bibi para a repressão das manifestações, Abbas disse que o "sangue dos mártires dos confrontos não foi derramado em vão", também em discurso televisionado.O palestino afirmou que a ampla participação de palestinos nos protestos é prova de que "a vontade do povo é mais forte que as forças opressoras".O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, disse que neste ano as manifestações da Nakba trazem "grande esperança de dar fim ao projeto sionista na Palestina", num discurso para 10 mil pessoas em uma mesquita de Gaza.A tensão entre os grupos palestinos e Israel havia se intensificado ao longo das últimas semanas, quando o governo israelense protestou contra o acordo de reconciliação firmado entre a facção Fatah, de Abbas - que controla a Cisjordânia - e o Hamas, hegemônico em Gaza. Membros do gabinete de Israel pressionaram Abbas a "escolher entre a paz com o Hamas e a paz com os israelenses". Outra preocupação dos especialistas é a possibilidade de que o presidente sírio, Bashar Assad, utilize o conflito entre israelenses e palestinos para desviar a atenção da onda de protestos e repressão vivida na Síria.

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