09 de agosto de 2019 | 06h55
Atualizado 09 de agosto de 2019 | 22h12
HONG KONG - O aeroporto internacional de Hong Kong foi novamente ocupado nesta sexta-feira, 9, por centenas de manifestantes antigoverno, em um ato que deve durar até a noite de domingo. Segurando cartazes em inglês e mandarim, com o objetivo de sensibilizar visitantes estrangeiros, os manifestantes permaneceram sentados no chão do terminal principal do aeroporto, vestindo preto. Não houve registros de alterações nos voos.
Com o ato iniciado nesta sexta, o território sob domínio chinês contabiliza o décimo fim de semana consecutivo de protestos, iniciados em 9 de junho. Os protestos foram desencadeados por um projeto de lei de extradição de detentos à China, apresentado pela líder executiva de Hong Kong, Carrie Lam.
Desde então, a pauta dos atos foi expandida. Apesar da suspensão do projeto, os manifestantes continuam reivindicando sua retirada definitiva. Também pedem a renúncia de Lam e a designação de um sucessor por meio de eleições diretas, em vez de nomeações feitas por Pequim.
Além disso, exigem uma investigação sobre a violência policial e sobre abusos da Justiça, diante das centenas de detenções das últimas semanas. Os atos começaram a ser realizados mesmo sem a autorização da polícia, o que levou a confrontos e prisões, tanto com policiais quanto com agressores contrários aos atos.
Após reunião com líderes empresariais nesta sexta, Lam reforçou o discurso de prejuízo econômico causado pela crise, já que Hong Kong é movimentada pelo investimento externo e também pelo turismo. “A desaceleração desta vez ocorreu muito rápido. Alguém a comparou com um tsunami”, disse.
Apesar da instabilidade, Lam afirmou que não fará concessões “para silenciar os manifestantes violentos”, acrescentando que a “insatisfação diante o governo não justifica tolerância à violência”.
Hong Kong vive sua maior crise política desde que foi devolvida pelo Reino Unido à China em 1997, sob a prerrogativa de "um país, dois sistemas", que fornece independência jurídica e econômica a Hong Kong, sob ameaça com um governo alinhado aos interesses chineses. / AFP e W. POST
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