PARIS - Confrontos entre manifestantes e policiais provocaram tumulto na estação Gare de Lyon de Paris, nesta segunda-feira, 23 e uma greve nacional contra os planos de reforma da Previdência do presidente francês, Emmanuel Macron, entrou no 19º dia.
Os comerciantes parisienses registraram, nas últimas semanas, queda de 25% a 30% em suas vendas, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a federação de comércio especializado. O Conselho de Comércio da França (CdCF) apresentou a cifra de 20% de queda. Entre as empresas mais afetadas figuram perfumarias, lojas de brinquedos e chocolates.
A rede de televisão francesa BFM mostrou imagens do batalhão de choque confrontando um grupo de cerca de 30 manifestantes na estação, que é uma das mais movimentadas da capital e é muita usada por frequentadores de estâncias de esqui próximas dos Alpes.
Os manifestantes jogaram sinalizadores e fogos de artifício, e a fumaça se espalhou pelo saguão de Gare de Lyon.
As paralisações, que afetaram os preparativos para o Natal, também foram registradas em outras estações principais de Paris, como a Gare du Nord, que gerencia o serviço do Eurostar para Londres e Bruxelas, e a Gare de l’Est.
“Eu entendo (a greve), mas não estou de acordo com isso, pois acho que todos os franceses estão sendo reféns dessa situação e é difícil para nós entender qual é o objetivo”, disse Damien Dremont, na Gare de L’Este.
As duas semanas de paralisações contra a reforma de Macron, que descartaria pensões especiais para muitos servidores públicos e obrigaria os cidadãos a trabalhar até os 64 anos para receber a aposentadoria integral, vêm transtornando a rede de transportes da França.
Os trabalhadores da indústria petrolífera francesa também devem votar a favor de uma paralisação nas refinarias como parte do protesto. / Reuters