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Manifestantes fecham outra passagem de fronteira entre EUA e Canadá

Bloqueio ocorreu na Ambassador Bridge, travessia internacional mais movimentada da América do Norte, que liga Windsor, em Ontário, a Detroit

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Por Redação
Atualização:

Uma segunda travessia entre EUA e Canadá foi bloqueada por manifestantes do autodenominado “Comboio da Liberdade” que se manifestavam contra as restrições para evitar a disseminação do coronavírus, entre elas mandatos de vacina para caminhoneiros transfronteiriços, paralisando ainda mais as rotas comerciais cruciais que conectam os Estados Unidos e seu vizinho do norte.

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As pistas norte e sul na passagem de fronteira de Coutts, que liga Alberta, no Canadá, a Montana, foram fechadas por manifestantes, disse a Polícia Montada Real Canadense.

O bloqueio ocorreu quando a Ambassador Bridge, a travessia internacional mais movimentada da América do Norte, ligando Windsor, Ontário, a Detroit, foi temporariamente fechada no mesmo dia para passageiros e tráfego comercial, embora a polícia local tenha dito que “tráfego limitado” estava sendo permitido.

Caminhoneiros bloqueiam a a Ambassador Bridge, em Windsor, Ontário, durante protesto antivacina. Foto: Geoff Robins / AFP

Os protestos, que começaram no final de janeiro contra os mandatos de vacinas para caminhoneiros transfronteiriços, se transformaram em um movimento mais amplo contra as medidas relacionadas à pandemia do Canadá e o primeiro-ministro Justin Trudeau. Centenas e às vezes milhares de caminhoneiros e seus apoiadores congestionaram estradas importantes, onde alguns manifestantes desfiguraram monumentos nacionais e agitaram bandeiras com suásticas enquanto pediam a renúncia do premiê.

Na capital Ottawa, onde o prefeito declarou estado de emergência no fim de semana, houve 23 prisões por acusações de resistência e fuga da polícia. Cerca de 80 investigações criminais foram iniciadas. A obstrução das passagens de fronteira - que são consideradas infraestrutura crítica - provocou uma grande reação da polícia e funcionários canadenses de todos os lados do espectro político.

Esses bloqueios podem desencadear o fechamento temporário de fábricas e demissões se as empresas não puderem transportar seus produtos - mesmo que as interrupções durem apenas um ou dois dias, dizem os especialistas.

Todos os dias, US$ 300 milhões em peças de carros e caminhões, produtos agrícolas, aço e outras matérias-primas fluem pela Ambassador Bridge, disse Flavio Volpe, presidente da Associação de Fabricantes de Peças Automotivas em Toronto, ao The Washington Post. A ponte também conecta famílias, amigos e trabalhadores essenciais, incluindo enfermeiras canadenses que trabalham em hospitais da área de Detroit.

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Estima-se que 150 a 200 veículos e cerca de 200 pessoas estavam envolvidos no bloqueio da Ponte Ambassador de quase 3 quilômetros.

Imagem mostra Ottawa sitiada por caminhões durante protesto antivacina. Foto: EFE/EPA/Kadri Mohamed

Embora manifestantes antigovernamentais tenham bloqueado a passagem de Coutts de forma intermitente nos últimos dias, o último bloqueio ocorreu quando as autoridades de Alberta anunciaram planos para reverter algumas das regras anti-covid da província.

Kenney escreveu no Twitter que as pessoas agora podem viver com segurança com o coronavírus “sem a necessidade de intervenções governamentais prejudiciais”, dizendo que o pior do aumento impulsionado pela variante Ômicron acabou. O líder de Alberta, cujos eleitores são conservadores em comparação com o resto do país, mirou as políticas liberais de Trudeau no passado.

A partir de quarta-feira, as empresas não precisam pedir prova de vacinação ou resultados negativos de teste de coronavírus e reuniões com menos de 500 pessoas serão permitidas sem restrições, anunciou Kenney. Os alunos não serão mais obrigados a usar máscaras nas escolas a partir da próxima semana.

Trudeau condenou na segunda-feira aqueles que tentam “bloquear nossa economia, nossa democracia” e instruiu os manifestantes a “ir para casa”.

Em Ottawa, o vice-chefe de polícia Steve Bell disse a repórteres: “Nossa mensagem para os manifestantes continua a mesma: não venham. Se você fizer isso, haverá consequências.”/ NYT, W.POST, AP e REUTERS

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