Manifestantes protestam contra possível governo do Hezbollah no Líbano

Candidato do grupo xiita é cotado para o cargo, mas sunitas estão insatisfeitos.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Os protestos ocorreram em várias cidades libanesas Centenas de manifestantes foram às ruas de cidades libanesas nesta segunda-feira para protestar contra o que dizem ser uma tentativa do grupo xiita Hezbollah de promover um golpe de Estado. Os manifestantes são simpatizantes do premiê interino, o sunita Saad Hariri, que recentemente perdeu o apoio necessário para manter a maioria parlamentar. O líder do Hezbollah, Sayyed Nasrallah, disse que, se seu candidato a premiê, Nayib Mikati, conquistar o apoio da maioria no Parlamento, tentaria formar um "governo de parceria". O sunita e empresário multimilionário Mikati já foi primeiro-ministro em 2005, logo após a morte do então premiê Hafik Hariri, pai de Saad, durante três meses, período de crise política no qual a Síria (aliada do Hezbollah e acusada de responsabilidade no assassinato) encerrou sua longa presença militar no Líbano. Mikati disse que sua candidatura defendia posturas "moderadas, consensuais e centristas". Crise Hariri perdeu recentemente a maioria no Parlamento libanês Mas Hariri, que é apoiado pelos EUA e a Arábia Saudita, disse que não trabalhará com um premiê escolhido pelo Hezbollah, que tem o apoio do Irã. O premiê interino disse que se candidatará nas próximas eleições. Segundo a constituição libanesa, o posto de premiê deve ser ocupado por um muçulmano sunita. A recente crise política do país começou com a saída do Hezbollah e seus aliados do governo no dia 12 por causa das conclusões, ainda não divulgadas publicamente, de um inquérito sobre o assassinato de Hafif Hariri. Acredita-se que a investigação acuse o Hezbollah. O grupo nega a autoria do ataque e acusa o tribunal da ONU de servir aos interesses dos Estados Unidos e de Israel. O grupo vinha exigindo que o governo de Hariri parasse de cooperar com a corte e deixasse de financiá-la. Após a saída do Hezbollah, Saad Hariri permaneceu no governo interino e esperava formar uma nova coalizão, mas a mudança de lados do líder druso Walid Jumblatt deu maioria ao grupo xiita. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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