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Manifestantes protestam em Paris contra lei sobre imigração

A marcha é um protesto contra o projeto de lei sobre imigração do ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy

Por Agencia Estado
Atualização:

Milhares de pessoas - de 10 a 15 mil segundo os organizadores - fizeram uma manifestação neste sábado em Paris para protestar contra o projeto de lei sobre imigração do ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, que começa a tramitar no Parlamento na terça-feira. Os participantes da manifestação, que tinha sido convocada pela plataforma "Unidos contra uma imigração de usar e tirar" - formada, em particular, por SOS Racismo, Movimento contra o Racismo e a Amizade entre os Povos (MRAP) - terminaram a manifestação na praça da República. Na frente da marcha, um cartaz pedia a "regularização de todos os imigrantes ilegais", enquanto os responsáveis da plataforma criticaram o texto de Sarkozy, dizendo que acentuará a precariedade dos estrangeiros na França. Alguns deles não hesitaram em considerar a proposta de lei "xenófoba", e em criticar o titular do Interior, reprovando suas declarações nas quais recentemente parafraseava um dos slogans mais conhecidos do ultradireitista Frente Nacional. Sarkozy disse na semana passada que "se alguns não gostarem da França, que não hesitem em ir", o que junto com o conteúdo do projeto legislativo tinha se dirigido às igrejas cristãs da França para manifestar suas "inquietações". Paralelamente à manifestação, cerca de 40 imigrantes ilegais ocuparam de tarde a basílica da Saint Chapelle, localizada dentro do complexo do Palácio de Justiça de Paris, para reivindicar também a retirada do projeto de lei de Sarkozy. O projeto de lei aumenta o rigor das condições de entrada de imigrantes à França, assim como sua estadia, ao mesmo tempo em que favorece a vinda de "estrangeiros cuja personalidade e talentos representam lucro para o desenvolvimento" do país, como cientistas, artistas, que poderão ter permissão de residência de três anos. Por outro lado, o projeto de lei aumenta o rigor das condições de reagrupamento familiar, dos mecanismos para lutar contra os casamentos de conveniência, e elimina a entrega automática da permissão de residência aos imigrantes ilegais que vivem há 10 anos na França.

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