PUBLICIDADE

Manifestantes queimam centro religioso hindu na Índia

Protesto foi contra uma decisão da Suprema Corte, que passou a permitir a presença, dentro do templo, de mulheres com idade para menstruar

Atualização:

Um grupo de manifestantes colocou fogo em um centro religioso hinduísta no sul da Índia, neste domingo, por causa do apoio a uma decisão da Suprema Corte indiana, que desde de o último mês permite o acesso de mulheres com idade para menstruar em um dos maiores templos de peregrinação do país. Não foram registrados feridos no incidente.

Ataque atingiu o templo e veículos nas imediações Foto: AFP

PUBLICIDADE

Líder do templo religioso, situado no Estado de Kerala, Swami Sandeepananda Giri relatou que veículos também foram queimados. Ele culpou o Partido do Povo Indiano, de viés hinduísta, do qual o primeiro-ministro Narendra Modi faz parte. A exigência do grupo político é de que o Partido Comunista da Índia, que governa a região, tome a iniciativa de entrar com um recurso na Suprema Corte contra a decisão.

O governo estadual comunicou que cerca de duas mil pessoas foram detidas por bloquear o acesso de mulheres entre dez e 50 anos ao templo - cortes locais liberaram 1,5 mil pessoas, que pagaram fiança.

Uma série de grupos civis se organizaram para entrar com petições que pedem à Suprema Corte que revise a decisão, com o argumento de que figuras importantes da religião hinduísta consideram que mulheres que menstruam são impuras. Ainda dizem que o celibato da divindade que preside o templo, o Lorde Ayyappa, é protegida pela constituição da Índia, por isso a entrada dessas mulheres não seria bem-vinda, e que elas têm permissão para praticar a religião em outros centros do hinduísmo.

A Suprema Corte tem até o dia 13 de novembro para analisar as petições e emitir um parecer. A entrada de mulheres entre dez e 50 anos no templo era banida de forma informal durante muitos anos e, depois, por lei, desde 1972. Em 1991, a Corte Superior de Kerala confirmou que o banimento seria mantido, decisão derrubada há um mês./AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.