Manifestantes queimam sede regional de partido do presidente no México

Os protestos são contra o desaparecimento de 43 estudantes, em setembro, na cidade de Iguala

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Por CIDADE DO MÉXICO
Atualização:

Manifestantes incendiaram ontem a sede do Partido Revolucionário Institucional (PRI) em Chilpancingo, capital do Estado de Guerrero, no México, em protesto contra o desaparecimento de 43 estudantes, em setembro, na cidade de Iguala. A subsecretaria de Proteção Civil informou que pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, sendo três policiais e dois jornalistas.

Multidão fora de controle tomba veículo durante manifestação em Chilpancingo Foto: José Luis de la Cruz/EFE

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Professores da Coordenação Estatal de Trabalhadores de Educação de Guerrero (Ceteg), o sindicato local, e estudantes de escolas rurais, a maioria encapuçados e armados com paus, pedras e bombas incendiárias, enfrentaram policiais da tropa de choque enviados para controlar a manifestação.

O dirigente do PRI em Guerrero, Cuauhtémoc Salgado, disse a uma emissora de TV local que cerca de 450 pessoas atacaram a sede do partido. No entanto, antes de atear fogo às instalações, eles deixaram sair as 60 pessoas que trabalhavam no local.

O incidente se soma à crescente onda de manifestações enfrentadas pelo governo do presidente Enrique Peña Nieto em razão da indefinição no inquérito sobre o paradeiro dos jovens, embora as autoridades tenham divulgado depoimentos e provas que apontam para a execução dos reféns. Parentes e amigos dos desaparecidos não acreditam na versão e exigem a intensificação das buscas.

Os parentes dos desaparecidos devem se reunir hoje em Chilpancingo com Miguel Ángel Osorio Chong, secretário de Governo, e Jesús Murillo Karam, promotor-geral, para falar sobre as investigações.

China.

Além de lidar com o desaparecimento dos 43 estudantes em Iguala, a crise institucional em que o governo do México está mergulhado se intensificou no fim de semana com a revelação de que a primeira-dama, Angélica Rivera, comprou uma mansão de uma construtora envolvida em licitações públicas.

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Em viagem oficial à China para participar do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec), o presidente Peña Nieto e a mulher foram criticados ao sair do México e recepcionados com críticas ao chegar a Pequim.

Durante encontro com Peña Nieto ontem, o primeiro-ministro chinês, Li Kegiang, lamentou a decisão do governo mexicano de anular a licitação para construir uma linha de trem de alta velocidade.

A China Railway Construction Corporation (CRCC)ganhou a licitação em um consórcio com empresas mexicanas para construir a linha entre a Cidade do México e Querétaro, com 210 quilômetros de extensão, por US$ 3,7 bilhões.

Na sexta-feira, Peña Nieto anulou o resultado da licitação, divulgado três dias antes, na qual o consórcio liderado pela CRCC era o único concorrente.

De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Kegiang pediu ao governo mexicano um "tratamento justo" para as empresas chinesas que investem no país.

/ AFP e EFE

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