Manifestantes seguem exigindo saída imediata de presidente do Iêmen

Líde Salehr teria aceito plano de transferência de poder.

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
Atualização:

Milhares de manifestantes no Iêmen mantiveram os protestos na capital, Sanaa, neste domingo apesar da promessa de acordo que prevê a transferência de poder do presidente em um mês. A oposição afirma não acreditar que o presidente Ali Abdullah Saleh manterá a promessa e pede sua saída imediata. Testemunhas dizem que militares se uniram aos manifestantes na capital. Ocorreram protestos também em outros pontos do país neste domingo. Acordo O acordo foi aceito por uma coalizão de sete partidos de oposição, mas muitos manifestantes dizem que não se sentem representados pelos partidos. "O presidente no passado concordou com outras iniciativas e não manteve a palavra. Não temos motivo para pensar que será diferente agora", disse um líder oposicionista Khaled al-Ansi. No sábado, o presidente aceitou um plano elaborado por países do Golfo Pérsico, que prevê a entrega do poder a seu vice no prazo de 30 dias, como uma saída para a crise política do país. Há dois meses, diversas manifestações populares pedem reformas democráticas no Iêmen, além da saída imediata de Saleh - que está no poder há 32 anos. Além da transferência de poder, o plano prevê que o presidente nomeie um integrante da oposição para liderar um governo interino que deve preparar eleições dentro de dois meses. Segundo a proposta, Saleh, sua família e assessores receberão imunidade e não poderão ser processados. Integrantes da oposição iemenita já afirmaram que não aceitam este ponto do acordo. Mas no domingo, Saleh, afirmou que os protestos pedindo a sua saída são uma tentativa de golpe. Na entrevista à BBC, Saleh disse que a rede Al-Qaeda se infiltrou entre os manifestantes iemenitas. Violência O regime de Saleh usou da violência para conter a insurgência no país. Pelo menos 120 pessoas morreram nos protestos contra o governo desde fevereiro. O presidente também ofereceu concessões, como a promessa de que não concorreria à reeleição depois do fim de seu mandato, em 2013, e que seu filho não concorrerá ao cargo. Segundo a correspondente da BBC em Sanaa Lina Sinjab, o enfraquecido governo iemenita tem pouco controle sobre a capital. Nos últimos anos, as Forças Armadas do país têm combatido uma rebelião armada no norte, além de um movimento separatista no sul. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.