Manifestantes vão às ruas pelo segundo dia seguido no Iêmen

Cerca de 5 mil pessoas estão na Universidade de Sana para protestar contra regime de Ali Abdala Saleh

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Atualização:

SANA - Milhares de manifestantes de oposição no Iêmen protestam neste domingo, 13, pelo segundo dia consecutivo contra o regime político de Ali Abdala Saleh na Universidade de Sana, motivados pelo recente triunfo da revolução no Egito.

 

Do protesto, que até o meio da manhã local ocorria pacificamente, tal como comprovou a Agência Efe, participavam cerca de 5 mil pessoas dentro do recinto universitário.

 

Fora do campus, havia cerca de 50 simpatizantes do presidente Saleh, mas, pelo menos nas primeiras horas, não se registrou nenhum confronto de manifestantes com a polícia nem entre os grupos políticos rivais.

 

Da mesma forma que no protesto de sábado e em dias anteriores, os manifestantes opositores pedem a renúncia do presidente Saleh e reformas políticas no país.

 

"Ali, vá embora!", gritavam os oposicionistas. "Nossa reivindicação é clara: queremos mudanças".

 

No sábado, simpatizantes do presidente iemenita dissolveram com armas brancas um protesto da oposição no centro de Sana.

 

A investida dos seguidores do líder ocorreu quando cerca de 2 mil manifestantes da oposição iemenita, que tinham iniciado uma passeata na Universidade de Sana, se aproximaram da praça Tahrir (Libertação).

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Ali havia aproximadamente 5 mil simpatizantes do regime de Saleh realizando uma manifestação de apoio ao líder.

 

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Esses protestos no Iêmen ocorrem no calor das revoltas populares que nas últimas semanas derrubaram os regimes políticos de Zine el-Abidine Ben Ali, na Tunísia, e de Hosni Mubarak, no Egito.

 

O Iêmen é uma das nações do Oriente Médio que mais riscos corre em caso de grave desestabilização política. O regime de Saleh está exposto às contínuas ações da rede terrorista Al-Qaeda, que tem bases neste país, em busca da separação do território meridional e de uma rebelião xiita no norte.

 

No último dia 2, a pressão dos grupos de oposição forçou Saleh a desistir de reformas constitucionais que buscava realizar para poder se manter no poder.

 

Presidente do Iêmen desde a unificação entre o norte e o sul, em 1990, Saleh foi reeleito em 1999 e 2006. A atual Constituição, aprovada em 1991, não permite ao presidente buscar uma nova reeleição no pleito de 2013.

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