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Manila recusa relatório de assassinatos a relator da ONU

Documento envolve o Exército filipino em muitos dos casos de assassinatos

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo filipino se negou a entregar cópias do relatório da Comissão Melo, que investiga a onda de assassinatos políticos, ao relator especial da ONU para o problema, segundo o ministro da Presidência, Eduardo Ermida. O relatório "é preliminar" e ainda "está incompleto", argumentou Ermida, citado hoje pelo jornal Philippine Daily Inquirer. A Comissão Européia (órgão executivo da União Européia), que havia pedido para ver o texto, também teve seu pedido negado. O diretor-geral de Relações Exteriores da Comissão Européia, Eneko Landáburu, e o relator das Nações Unidas, Philip Alston, que estão em Manila, tinham pedido ao Executivo para ver as conclusões da Comissão Melo, criada em agosto de 2006 para investigar os assassinatos de militantes de esquerda e jornalistas. Segundo a imprensa informou há duas semanas, o relatório envolve o Exército filipino em muitos dos casos de assassinatos de esquerdistas, o que apóia a tese das organizações de direitos humanos. A organização Karapatan (Direito), que contabiliza 833 assassinatos políticos, a maioria de seguidores e simpatizantes de grupos de esquerda, desde o início do mandato da presidente Gloria Macapagal Arroyo, em 2001, se reuniu ontem com o relator da ONU. A secretária-geral do grupo, Marie Hilao-Enriquez, explicou que "uma onda nacional de assassinatos só pode ser o resultado de uma ordem do Governo filipino", segundo um comunicado da organização. O relator da ONU também se reuniu com comandantes policiais e outras autoridades. O ministro Ermida ofereceu uma "panorâmica geral" da onda de violência política "no contexto dos problemas da insurgência" dos guerrilheiros comunistas do Novo Exército do Povo (NEP) e dos muçulmanos no sul.

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