Manuel Zelaya deixa a embaixada do Brasil em Tegucigalpa

Porfírio Lobo assumiu a presidência de Honduras prometendo seguir legislação.

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Por Caio Quero
Atualização:

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, deixou a embaixada brasileira em Tegucigalpa nesta quarta-feira onde estava refugiado desde 21 de setembro. Acredita-se que Zelaya vá embarcar em voo para a República Dominicana, país para o qual recebeu um salvo-conduto do presidente eleito de Honduras, Porfírio Lobo, que assumiu a presidência nesta quarta-feira. Tanto Lobo como o presidente dominicano, Leonel Fernandéz, estiveram na embaixada do Brasil para a saída de Zelaya, segundo o encarregado de negócios do órgão brasileiro, Francisco Catunda. Segundo Catunda, os três trocaram palavras de cortesia e embarcaram juntos no mesmo veículo. Antes de partir, Zelaya entregou uma carta de agradecimento ao presidente Lula. Anistia A embaixada brasileira em Tegucigalpa deve retomar seu funcionamento normal na próxima segunda-feira após 128 dias. Zelaya foi um dos beneficiados por uma lei de anistia aprovada pelo Congresso na noite da última terça-feira. A nova legislação perdoa todos os crimes políticos cometidos por Zelaya e seus simpatizantes ou membros do governo interino de Micheletti. Mas a lei não anistia crimes de corrupção dos quais Zelaya também é acusado. Posse O novo presidente de Honduras, Porfirio Lobo, tomou posse na manhã com o desafio de governar um pais dividido. "Juro ser leal à República e assegurar que suas leis sejam cumpridas", disse Lobo, de 62 anos, durante a cerimônia de posse. Lobo recebeu a faixa presidencial das mãos do presidente do Congresso Nacional, Juan Orlando Hernandez, que disse que o novo líder foi o presidente que recebeu o maior número de votos da história de Honduras. Roberto Micheletti, que assumiu o poder em junho após a deposição do líder eleito Manuel Zelaya, não compareceu à cerimônia. Oposição Não muito longe da embaixada, na frente da Universidade Pedagógica Francisco Morazán, centenas de manifestantes se concentraram na manhã desta quarta-feira para seguir em marcha até o aeroporto, para, segundo líderes oposicionistas, realizar uma "homenagem a Zelaya". Um dos lideres da manifestação, Juan Barahona, afirmou que a oposição continuará resistindo ao governo de Porfírio Lobo já que, em sua opinião, ele é uma continuação do "regime ditatorial" instalado após a deposição de Zelaya. "Vamos continuar em resistência permanente até a instalação de uma assembleia constitucional", disse Barahuna à BBC Brasil. Para o líder oposicionista, Zelaya deve voltar a Honduras "em não mais de dois meses para liderar a resistência". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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