Manuel Zelaya lidera protesto em Honduras

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Por AE
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O ex-presidente Manuel Zelaya liderou hoje uma manifestação contra a prisão domiciliar imposta a um de seus principais colaboradores, por suspeitas de corrupção. Ele acusou o governo do presidente Porfirio Lobo de violar o Acordo de Cartagena das Índias, que permitiu o retorno de Honduras à Organização dos Estados Americanos (OEA). "Hoje iniciamos uma nova etapa da luta em Honduras", afirmou o ex-governante em comunicado. "Hoje começamos a criar consciência entre os hondurenhos sobre quem somos, o que valemos e quem nos oprime."O dirigente da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), Juan Barahona, afirmou que a mobilização "é contra o poder judicial, pelo atropelo que comete contra os companheiros. Estamos nas ruas para protestar contra esse poder golpista". Barahona disse que o Judiciário "atenta contra Enrique Flores", que foi ministro da Presidência no governo de Zelaya e é membro da Comissão Política do FNRP. Essa frente reúne simpatizantes de Zelaya.Um juiz decidiu na quarta-feira que Flores deve ficar em prisão domiciliar e pagar em 30 dias uma fiança de US$ 1,4 milhão. O ex-ministro disse que não tem esse dinheiro. A promotoria o acusa de desvio de US$ 5 milhões em sua gestão. Flores fugiu para a Nicarágua após o golpe de Estado contra Zelaya, em junho de 2009, e retornou a Tegucigalpa em 28 de maio, no mesmo avião que levou Zelaya de volta do exílio.O Acordo de Cartagena, entre Lobo e Zelaya, apoiados por Colômbia e Venezuela, prevê que os tribunais suspendam as ordens de prisão contra o ex-presidente e seus funcionários, entre eles Flores. O pacto permitiu que a OEA readmitisse Honduras, suspensa pelo golpe contra Zelaya.Ontem, Lobo disse que seu governo não violou o acordo e pediu que a Comissão de Acompanhamento do Acordo de Cartagena, integrada por Colômbia e Venezuela, nomeie juristas internacionais para verificar a situação legal de Flores. Essa comissão não se pronunciou sobre o assunto. As informações são da Associated Press.

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