PUBLICIDADE

Marcha dos Dissidentes reúne coalizão de oposição na Rússia

Policiais tentaram conter entre 3 e 5 mil manifestantes nas ruas de São Petersburgo

Por Agencia Estado
Atualização:

Milhares de pessoas participaram hoje da Marcha dos Dissidentes convocada pela oposição na segunda maior cidade da Rússia, e a qual a polícia tentou controlar. Fontes policiais calcularam que entre 3 e 5 mil pessoas compareceram à manifestação liderada pela coalizão de oposição A Outra Rússia, e que tinha sido proibida pelas autoridades. Os opositores, que levavam bandeiras da Rússia e cartazes contra o governo do presidente Vladimir Putin, conseguiram avançar cerca de 500 metros pela avenida Ligovski, antes de a Polícia controlar a manifestação. Segundo a agência Interfax, a Polícia deteve o escritor Eduard Limonov, líder do Partido Nacional Bolchevique, enquanto fontes de A Outra Rússia afirmaram que centenas de manifestantes foram detidos. A princípio, correu o boato de que o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, um dos líderes da coalizão opositora, tinha sido detido, mas mais tarde ele foi visto discursando em um comício. Fontes policiais citadas pela agência oficial russa "Itar-Tass" calcularam os detidos em entre 20 e 30 pessoas. Após serem dispersados na avenida Ligovski, os manifestantes se reagruparam, e retomaram a marcha pela avenida Nevski, a principal de São Petersburgo, se reunindo junto à antiga sede da Assembléia Municipal. "Esta ação é uma brilhante demonstração de que os habitantes de São Petersburgo não querem suportar mais os abusos das autoridades", disse o ex-primeiro-ministro Mikhail Kasianov, líder do partido de oposição União Democrática Popular, a um grupo de jornalistas. Kasianov, chefe do governo russo durante todo o primeiro mandato de Putin, entre 2000 e 2004, afirmou que o protesto opositor na segunda cidade do país "foi uma manifestação de solidariedade entre forças diferentes". "O comparecimento de milhares de pessoas mostra que os cidadãos superaram o medo", disse o ex-primeiro-ministro, que acusou as autoridades de São Petersburgo de terem lançado uma "campanha de intimidação" contra os cidadãos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.