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Marcha e marchinha de Osama

É duro achar uma rima para Osama, afinal, será que ele existe mesmo?

Por Agencia Estado
Atualização:

É duro achar uma rima para Osama. Antes porém, na marcha dos acontecimentos, comentemos a mais recente mensagem do - líder rebelde? Terrorista? Insurgente-mór? Difícil referir-se ao homem. A imprensa mundial trata-o com a maior intimidade. É Osama e estamos entendidos. Feito como ninguém diz chanceler Hitler ou marechal Stalin, para percorrermos apenas a galeria dos monstros históricos. Osama bin Laden, para dar seu nome completo, em sua mais recente mensagem, um áudio-tape de 11 minutos e 26 segundos, divulgado na íntegra nesta semana que passou, em estação de rádio islâmica militante, jurou ?nunca ser capturado com vida?. Depois não sabem porque a gente se apega a uma teoria conspiratória, dessas que andam dando sopa por aí, e duvida da existência não só de um grupo organizado, a Al-Qaeda, como do próprio Osama: se o bruto (olha a solução para se referir a ele) existe mesmo ou é lenda urbana, suburbana, das montanhas e desertos arábicos, feito Ali Babá, Scheherazade ou Aladim. Dirijo-me diretamente ao homem: "Osama, cara! Onde é que tu tá com a cabeça? A prêmio, sabemos. Mas você acha mesmo que a coalizão quer te pegar com vida? O pessoal prefere mil vezes ´sem vida´. No banco dos réus já tem um, pagando o pato para a mídia mundial, relembrando atrocidade após atrocidade, para justificar essa esparrela no Iraque. ´Eles´ querem, preferem mesmo, sua senhoria (eu tenho modos) sem isso que chama, no vídeo, sem ironia, de ´vida´. Osama bin Laden, gênio do mal. Em matéria de ?gênio do mal?, eu sou mais o dr. Silvana, do Capitão Marvel, ou Lex Luthor, do Super-homem. Embatucando Mas, e a rima para Osama? Seguinte: eu e um amigo, que não darei o nome por motivos óbvios, estamos ensaiando uma marchinha tendo Osama como tema para ver se ela pega no tríduo momesco da colônia brasileira aqui em Londres. Espelhamo-nos nos exemplos clássicos do bom Nássara, ele próprio de origem levantina, e do Haroldo Lobo, para o carnaval de 1941, ?Allah-lá-ô?, conforme se grafava, cujo refrão diz ?Chegou a nossa caravana/ À frente vem Maomé?? Sondamos e ressondamos e parece que tudo bem: não é charge política, não dá protesto ou queimação de auriverde pendão de esperança. Até mesmo ?Cabeleira do Zezé?, tipo meio sobre o atual caubói cinematográfico americano, marchinha do João Roberto Kelly, de 1960, que fala em ?Será que ele é bossa nova/Será que ele é Maomé??, não tem problema. Problema é uma rima para Osama. Bin é mole: sim, assim etc. Laden, dá para enganar: invadem, sabem, por aí. Embatucamos nos seguintes versos do estribilho: Osama, Osama, Ouça quem te chama! Vem contar tintim por tintim Porque és malvado assim, Vem, Osama Bin! (bréque:) Diz que sim, diz que sim! Temos até domingo, meu companheiro e eu, para encaixarmos, com idêntica ginga e sacolejo, um refrão com dois bons versos rimando com Laden. Na grande tradição carnavalesca, oferecemos parceria a quem se habilitar. Sugestões para esta coluna. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?> Ivan Lessa

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