Marido se oferece como refém no lugar da mulher

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Por Agencia Estado
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Juan Carlos Lecompte, o marido da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt - que nesta sexta-feira completou seis meses em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) -, ofereceu-se à guerrilha para ficar no lugar da mulher. "Senhores das Farc: o mínimo que hoje posso fazer para que cesse esta agressão moral e física contra Ingrid é oferecer-me como refém no lugar dela", disse Lecompte em uma carta aberta publicada no jornal ?El Tiempo?. "Espero sua pronta libertação e eu fico à disposição de vocês", acrescentou. "Sou menos importante para a Colômbia do que Ingrid", disse Lecompte. Betancourt, de 40 anos, foi seqüestrada pela guerrilha durante a campanha eleitoral em 23 de fevereiro, quando se dirigia a San Vicente del Caguán para apoiar o prefeito Néstor Ramírez, eleito por seu partido, Oxigênio Verde. San Vicente integrava a zona de distensão cedida à guerrilha até três dias antes da viagem de Ingrid e sua assessora Claudia Rojas, também seqüestrada. As Farc anunciaram que castigariam Betancourt com um ano de prisão nas selvas, a não ser que o governo a trocasse, junto com outras personalidades políticas seqüestradas, por centenas de guerrilheiros que estão presos. O intercâmbio não foi realizado. "Não entendemos o que vocês conseguiram com o seqüestro de Ingrid. A única beneficiada foi a classe política corrupta que há mais de três anos vinha tentando fazê-la calar", disse Lecompte em sua carta às Farc. "O seqüestro é o mais covarde e vil dos crimes. A luta de vocês não pode continuar sendo tão desumana e cruel. É uma humilhação, imposta a cada minuto ao ser humano que a padece. Seqüestrando Ingrid, vocês pisoteiam a dor de seus filhos pequenos, de uma mãe, de uma irmã e de muitas mulheres na Colômbia", acrescentou. O governo assegurou, em uma mensagem enviada à Corte Constitucional, que o seqüestro de Betancourt e de outros dirigentes políticos constitui uma grave ameaça para a democracia e é uma das considerações que o obrigaram a decretar, em 12 de agosto, o estado de emergência.

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