O porta-voz da Marinha Argentina, Enrique Balbi, disse na noite desta quinta-feira, 23, em entrevista coletiva, que "não descarta nada" que possa ter ocorrido com o submarino ARA San Juan. Segundo ele, as buscas serão mantidas e o trabalho das equipes de resgate terá como foco encontrar a embarcação e seus tripulantes.
Balbi afirmou ainda que um segundo exame confirmou que a embarcação foi alvo de uma explosão no dia 15. O capitão da Marinha argentina disse entender as críticas de parentes dos 44 militares que estavam a bordo do submarino - alguns deles disseram que a a embarcação estava velha, enquanto outros reclamaram da demora da Marinha em dar notícias sobre o que ocorreu com o submarino.
"Entendemos as famílias", disse. "É um momento crítico."
O submarino viajava de Ushuaia, no extremo sul do continente a Mar del Plata quando perdeu contato com o continente há oito dias. Na noite de ontem, exames feitos por equipamentos americanos detectaram ruídos registrados no dia 15 perto do ponto onde a embarcação deu seu último sinal. Hoje, exames confirmaram que o ARA San Juan foi alvo de uma explosão.
Quase 100 familiares dos 44 tripulantes receberam a notícia da explosão. A dor tomou conta do alojamento que abrigava as famílias dos militares. Muitos disseram ter perdido a esperança.
"É a primeira vez que venho à base e acabo de saber que sou viúva", declarou, aos prantos, Jessica Gopar, mulher de Fernando Santilli, eletricista do submarino, com quem estava casado há seis anos, e tinha um filho. "Ele foi meu grande amor."
O filho do casal tem apenas um ano e acabou de aprender a dizer 'papai' durante sua ausência, de acordo com uma carta postada no Facebook de Jessica.
Segundo ela, o otimismo abandonou praticamente todos os parentes assim que a Marinha argentina os informou da notícia de que o submarino tinha sido alvo uma explosão, há oito dias. "Todos morreram, foi a primeira coisa que pensei", disse sobre o momento em que soube da explosão. "Deram-me um copo de água e um comprimido para a pressão".