PORTO PRÍNCIPE - Michel Martelly deixará a presidência do Haiti no dia 7, quando termina seu mandato e como determina a Constituição do país, disse na terça-feira 2 o titular do Senado haitiano, Jocelerme Privert na sede do Parlamento, depois de se reunir com o chefe de Estado no Palácio Nacional.
Além disso, Privert explicou que o presidente e outros líderes e setores nacionais e internacionais estão coordenando ações para a instalação de um governo provisório após a saída de Martelly. A Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) anunciou que a missão enviada ao Haiti ajudou na realização do acordo entre presidência e Senado.
O país vive uma crise política faltando cinco dias para o fim do mandato de Martelly porque seu sucessor não foi eleito devido ao adiamento das eleições em duas ocasiões - a última no dia 24 de janeiro.
Horas antes da reunião com o presidente do Senado, Martelly havia se negado a receber a carta de renúncia do primeiro-ministro Evans Paul, que foi seu chefe de Gabinete nos últimos 13 meses.
A Constituição do Haiti determina que o presidente deve entregar o poder nesse dia para que seu sucessor dê início a um mandato de cinco anos.
Na terça-feira, o primeiro-ministro renunciou para tentar conter a crise eleitoral, mas Martelly rejeitou a renúncia, informou a mídia haitiana, e disse que estava avançando o processo de negociações de seu governo com a missão da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O segundo turno da eleição presidencial completaria o processo eleitoral que teve início em 25 de outubro de 2015, quando o governista Jovenel Moise e o opositor Jude Celestin foram os candidatos mais votados e ganharam o direito de disputar o segundo turno.
Celestin e praticamente todos os partidos de oposição denunciaram que o primeiro turno havia ocorrido fraude no primeiro turno e se retiraram da disputa. Segundo uma comissão independente que apurou a votação, houve "sérias irregularidades".
Celestin se negou a participar do segundo turno, além de exigir a renúncia de Martelly e a instauração de um governo de transição que, no prazo de 90 dias, organize novas eleições. /EFE