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Massacre de civis iraquianos pode tornar-se escândalo pior que Abu Ghraib

A afirmação é do deputado democrata John Murtha, destacado opositor da guerra

Por Agencia Estado
Atualização:

A descoberta de um massacre de mais de 20 civis iraquianos por fuzileiros navais americanos pode minar ainda mais os esforços dos Estados Unidos no Iraque do que o escândalo de maus-tratos a detentos no presídio de Abu Ghraib, opinou neste domingo o deputado democrata John Murtha, um destacado opositor da guerra. O massacre de civis teria ocorrido em novembro do ano passado em Haditha, uma cidade da província de Anbar, no oeste do Iraque, onde haveria militantes escondidos. "Quem acobertou isso? Por que essa informação foi ocultada? Por que o massacre demorou tanto para vir à tona?", questionou Murtha em entrevista ao programa This Week, da emissora de televisão ABC. "Não sabemos aonde isso pode chegar, mas vai na direção da cadeia de comando", prosseguiu. De acordo com informações obtidas por Murtha junto a oficiais do Exército dos EUA, a explosão de uma bomba atingiu um comboio de fuzileiros navais americanos em 19 de novembro do ano passado, matando um militar. A seguir, os fuzileiros navais abriram fogo contra civis desarmados em um táxi que passava pelas proximidades, invadiram duas casas e mataram mais gente. Pelo menos 24 pessoas morreram no massacre atribuído aos fuzileiros navais americanos. Segundo Murtha, os relatórios indicam ainda que nenhuma das pessoas atacadas pelos fuzileiros navais abriu fogo contra eles e que não houve mais nenhum ato contra os militares depois da explosão inicial que atingiu o comboio. Murtha, um ex-fuzileiro naval, disse ainda que a investigação foi conduzida seriamente somente a partir de março deste ano porque um inquérito inicial foi abafado logo nos primeiros dias. Procurado pela Associated Press, o tenente coronel Scott Fazekas limitou-se a dizer que o inquérito ainda está em andamento e que não comentaria o episódio.

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