Massacre deixa 17 mortos em presídio de El Salvador

Briga entre membros da facção criminosa Mara 18 teria originado incidente

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Por Agencia Estado
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Pelo menos 17 detentos foram mortos neste domingo no presídio de Apanteos, no oeste de El Savador, em um dos massacres carcerários mais cruéis dos últimos anos no país. O subdiretor da Polícia Nacional Civil (PNC), José Luis Tobar Prieto, confirmou aos jornalistas, nos arredores do presídio, localizado a 70 quilômetros de San Salvador, que os graves fatos iniciados na noite de sexta-feira terminaram com 17 mortos. Tobar Prieto disse que os trabalhos da PNC foram concluídos em sua maior parte nesse lugar, já que a situação com os detentos foi controlada e 90% das instalações foram revisadas. Além disso, indicou que foi apreendida uma grande quantidade de objetos cortantes que os responsáveis pelo massacre utilizaram como armas. Outra fonte policial disse que, segundo as primeiras investigações, "trata-se de uma briga interna da (facção criminosa) Mara 18, um massacre seletivo com requintes de barbárie". Tobar Prieto informou que os mortos não puderam ser identificados porque a maioria dos corpos está com a cabeça e o rosto destroçado. No centro penal de Apanteos estavam detidas 1.958 pessoas e as instalações têm capacidade para abrigar 1.800, segundo dados oficiais. De acordo com os relatórios, a revolta começou no início da noite de sexta-feira, quando grupos de detentos começaram a derrubar algumas paredes e a fazer buracos em outras. A procuradora para a Defesa dos Direitos Humanos, Beatrice de Carrillo, disse aos jornalistas nos arredores do presídio que "é um dos massacres mais cruéis vistos nos últimos tempos, uma monstruosidade", completando que desconhece o número de mortos. Nos arredores do presídio centenas de pessoas, a maioria formada por familiares dos presos, pediam aos guardas de vigilância informações sobre eles. O ocorrido em Apanteos não supera em número de mortes o massacre de 18 de agosto de 2004 no centro penal La Esperanza, onde 31 pessoas perderam a vida em uma rixa entre presos comuns e de facções criminosas. No entanto, os requintes de crueldade com que foram mortas as vítimas em Apanteos parece ter superado os do massacre de La Esperanza, localizada a 25 quilômetros de San Salvador, considerado até agora o fato mais grave da história carcerária salvadorenha. Outra fonte policial relatou que uma das vítimas tinha sido decapitada e outro dos corpos, mutilado, tinha um pedaço de madeira introduzido no ânus. Tobar Prieto informou que 200 réus desta prisão foram transferidos nesta mesma tarde ao centro penal do Ocidente, localizado na cidade de Santa Ana. O chefe policial disse que o reconhecimento legal das vítimas deve ser realizado dentro de dois ou três dias e que a situação em Apanteos pode estar normalizada completamente neste domingo.

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