BAMAKO - Ao menos 95 habitantes de um vilarejo da etnia dogom em Sobane-Kou, no centro do Mali, foram mortos na madrugada desta segunda-feira, 10, por homens armados.
"De acordo com moradores locais, homens armados vieram atirar, roubar e queimar. Era um vilarejo de 300 habitantes, que foi totalmente desolado", declarou um político de Koundou, onde está localizado o vilarejo.
O norte do Mali vive desde 2012 episódios regulares de violência ligados a grupos jihadistas. Zonas inteiras do país ainda escapam ao controle das forças malineses, francesas e da ONU, apesar da assinatura em 2015 de um acordo de paz para isolar os extremistas.
A violência se concentra sobretudo no centro do país, com conflitos intercomunitários, um fenômeno vivido igualmente por Burkina Faso e Níger.
Em 2015, um grupo extremista islâmico começou a recrutar pessoas da etnia peul e passou a perseguir as etnias bambara e dogom, praticantes de agricultura, que criaram seus próprios "grupos de autodefesa". Especula-se que o ataque possa ser uma retaliação a uma ofensiva contra os peuls que deixou 157 mortos no mês passado.
Segundo um recente relatório da ONU, esta violência interétnica deixou 250 mortos entre janeiro e maio, tudo isso sem contar a violência que, por sua vez, é perpetrada por grupos jihadistas.
No massacre de hoje, os observadores descartam a participação jihadista porque estes últimos costumam atacar símbolos do Estado (polícia, eexército e funcionários do governo) e não tanto povoados da sociedade civil, mas até o momento não há nenhuma reivindicação sobre o ataque. / AFPe EFE