PUBLICIDADE

Massacre feito pela Aliança do Norte levanta questões sobre direitos humanos

Por Agencia Estado
Atualização:

O massacre aconteceu em uma noite de maio de 1997, no norte do Afeganistão. Cerca de 3 mil soldados foram cercados. Muitos foram executados no deserto, outros obrigados a entrarem em poços onde foram mortos com granadas. As vítimas dessa vez eram do Taleban e os matadores integrantes da agora denominada Aliança do Norte. O massacre - seguido um ano depois por uma atrocidade quase idêntica por parte de forças do Taleban em busca de desforra - foi condenado como uma violação maciça da lei internacional. Tal acontecimento, há muito conhecido de grupos de defesa dos direitos humanos mas que somente agora está sendo circulada para um público mais amplo, explica em grande parte a relutância dos Estados Unidos em adotar a Aliança do Norte como a espinha dorsal de um governo pós-Taleban no Afeganistão. Também traz à luz novas e complicadas questões tais como: devem os Estados Unidos tentar levar à justiça aqueles das Aliança do Norte acusados de violações anteriores de leis internacionais? E será que os Estados Unidos estão infringindo uma lei que impede o envolvimento com determinados tipos de organizações rebeldes? Mesmo alguns dos críticos mais ardorosos do Taleban dizem que estar desconcertados com a perspectiva de o Taleban ser substituído por grupos com uma história de atrocidades. "Podemos estar na situação duvidosa de estar defendendo direitos humanos com agentes famosos por violar esses direitos", disse Michael Ignatieff, diretor do Carr Center for Human Rights Policy (Centro Carr para uma Política de Defesa dos Direitos Humanos) da Harvard University. "Temos um problema real". Mas não talvez não exista muita escolha, acrescentou ele. "A alternativa para não trabalhar com agentes duvidosos é uma força terrestre americana de 250 mil soldados". Caspar Weinberger, um ex-secretário da Defesa, comparou a situação com a forma como os Estados Unidos se aliaram à União Soviética para combater os nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. "É mais ou menos assim que me sinto em relação à Aliança do Norte", disse Weinberger.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.