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May e líder trabalhista encerram campanha eleitoral marcada por atentados terroristas

Reino Unido sofreu três ataques em menos de três meses; premiê vem recebendo diversas críticas em razão dos cortes orçamentários feitos no setor de segurança

Atualização:

LONDRES - A líder conservadora britânica, Theresa May, e o trabalhista Jeremy Corbyn percorrem nesta quarta-feira, 7, o Reino Unido no último dia de uma campanha eleitoral marcada por dois atentados e não pelo Brexit - a saída do país da União Europeia (UE) -, como se acreditava.

May, que foi ministra do Interior de 2010 a 2016 antes de assumir o posto de premiê, vem recebendo inúmeras críticas pelos cortes orçamentários nas forças de segurança e pelas negligências dos serviços desse setor. Ela tentou contra-atacar na véspera com a promessa de que fortalecerá a luta antiterrorista e nada a deterá, nem os direitos humanos.

O Reino Unido sofreu três atentados em menos de três meses, dois deles durante a campanha eleitoral, com um total de 35 mortos. Na foto, número 10 da Downing Street, residência oficial britânica Foto: EFE/Andy Rain

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Depois de enumerar suas propostas - penas de prisão mais duras, restrição dos deslocamentos de suspeitos, deportação de suspeitos estrangeiros, entre outras -, ela afirmou: "E se as leis dos direitos humanos nos impedirem, mudaremos estas leis".

O Reino Unido sofreu três atentados em menos de três meses, dois deles durante a campanha, com um total de 35 mortos: no dia 22 de março, perto do Parlamento britânico (5 mortos); 22 de maio ao final de um show de cantora pop americana Ariana Grande em Manchester (22 mortos), e no sábado em Londres (8 mortos).

May anunciou no dia 18 de abril a antecipação das eleições, previstas apenas para 2020, quando tinha uma vantagem de 20% nas pesquisas em relação ao trabalhista Jeremy Corbyn. Ela argumentou que desejava fortalecer sua posição antes das negociações de separação da UE, ampliando sua maioria absoluta, atualmente de 17 de deputados.

Mas o que começou como um questionamento sobre Corbyn e sua aptidão para enfrentar uma União Europeia com sede de vingança - de acordo com a descrição de May - acabou virando uma votação sobre a capacidade da primeira-ministra de melhorar a vida dos mais pobres, proteger o país de atentados e governar a nação.

"Me dê seu apoio para liderar o Reino Unido, me dê a autoridade para falar em nome do Reino Unido, me fortaleça para lutar pelo Reino Unido", pediu na terça-feira a premiê em Stoke-on-Trent, a cidade com maior índice de apoio ao Brexit no referendo de junho de 2016.

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Oposição

Corbyn reduziu sua desvantagem nas pesquisas a apenas 1%, de acordo com o instituto Survation, um dado que deve ser encarado com precaução após os grandes equívocos das pesquisas britânicas nas últimas votações no país.

O líder trabalhista prometeu acabar com a austeridade orçamentária, contratar mais policiais e fortalecer os serviços públicos.

No último dia de campanha, Corbyn deve insistir na mensagem social e recordar que "restam 24 horas para salvar a saúde pública". "Os conservadores passaram os últimos sete anos minando nosso NHS" (Serviço Nacional de Saúde)", afirmou na véspera. / AFP

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