
08 de março de 2018 | 16h07
LONDRES - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, prometeu nesta quinta-feira, 8, responder apropriadamente caso seja provado que o governo da Rússia está por trás do envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e sua filha Yulia Ambos estão internados desde segunda feira, contaminados por um agente nervoso, segundo autoridades britânicos, na cidade de Salisbury.
+ Polícia britânica investiga procedência do agente químico usado contra ex-espião russo
“Faremos o que for apropriado e o que é certo caso isso seja obra de um Estado”, disse May à ITV News, em seu primeiro pronunciamento público sobre o caso. “Mas vamos dar tempo para a investigação. Claro que é preciso agir e faremos isso com base em provas.
Segundo a ministra do Interior Amber Rudd, Skripal e a filha continuam inconscientes e em estado crítico, mas estável.
“O uso de um agente nervoso em solo britânico é um ato descarado e leviano. Isso foi uma tentativa de assassinato da maneira mais cruel e pública”, disse a ministra no Parlamento.
“Mas para sermos rigorosos nesta investigação, precisamos evitar a especulação e deixar que a polícia realize a investigação”.
Apesar de seu apelo, vários parlamentares apontaram o dedo para a Rússia em suas perguntas a Amber, e alguns pediram que investigações sobre as mortes de exilados russos no Reino Unido ocorridas nos últimos anos sejam reabertas.
+ Quem se beneficiaria com a morte do ex-espião russo Skripal?
Amber os confrontou, pedindo calma e dizendo que o foco deveria continuar no incidente de Salisbury.
Na quarta-feira, a polícia disse que um agente nervoso foi usado contra Skripal e Yulia. Um policial britânico que também foi afetado pela substância voltou a falar, mas continua em estado grave, disse Amber.
Exames científicos de especialistas do governo identificaram o agente nervoso específico, o que ajudará a identificar sua fonte, mas as autoridades não quiseram revelar detalhes.
+ Ex-espião russo sofreu tentativa de assassinato com agente nervoso, diz polícia britânica
Skripal denunciou dezenas de agentes russos à inteligência estrangeira até ser preso pelas autoridades russas em 2004. Ele foi condenado a 13 anos de prisão em 2006, mas em 2010 recebeu refúgio no Reino Unido depois de ser trocado por espiões russos./ REUTERS
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.