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McCain critica oposição contra aumento de tropas no Iraque

O senador republicano é a favor do envio de 21,5 mil tropas adicionais ao país

Por Agencia Estado
Atualização:

John McCain, o republicano mais importante no Comitê de Serviços Armados do Senado, criticou neste domingo os defensores de uma resolução bipartidária, à espera de aprovação, que rejeita o envio de 21,5 mil tropas adicionais ao Iraque. Está previsto que o Senado decida na segunda-feira se considera a resolução não vinculativa. Caso seja aprovada a consideração do assunto, a iniciativa poderia ser submetida à votação na quarta-feira. McCain, senador pelo Arizona e um dos pré-candidatos presidenciais para as eleições de 2008 apontou, em declarações à rede de televisão ABC, que a iniciativa equivale a um "voto de não confiança" no Exército. "Não penso que seja apropriado dizer que não aprovam uma missão e que não querem financiá-la, mas não tomem as medidas necessárias para impedi-la", afirmou McCain. No começo de janeiro, o presidente George W. Bush apresentou seu novo plano para o Iraque, no qual propõe o envio de mais 21,5 mil soldados para o Iraque, projeto que foi criticado pelos democratas e por alguns republicanos. O também senador republicano Chuck Hagel, do Nebraska, não concorda com McCain, ao apontar, em declarações ao programa de televisão This Week, da ABC, que a resolução evidenciaria que o Senado pensa que Bush está errado. Hagel disse que a proposta também oferece alternativas, como a de transferir as tropas de zonas de violência sectária para as regiões fronteiriças, a fim de oferecer "integridade territorial". Oposições Harry Reid, líder da maioria democrata no Senado, assinalou esta semana que a resolução de compromisso proposta pelo senador republicano John Warner contaria com a maioria na Casa, que é de 100 votos. "Seja com 60, 58 ou 43 votos, demonstraremos ao povo dos Estados Unidos que o Senado, de uma forma bipartidária, se opõe à escalada da guerra", indicou Reid na quinta-feira. A resolução revisada de Warner expressa a oposição do Senado ao aumento de tropas, mas reitera o compromisso da Casa de proteger os fundos destinados a esse contingente militar. "Foi um duro trabalho revisar a resolução", disse Warner, ao fim das sessões do Senado, na quinta-feira. Até esse momento, havia outras duas moções de oposição à estratégia de Bush para o Iraque. Também há outra iniciativa, apresentada pelos senadores republicanos Lindsey Graham, McCain e o democrata Joseph Lieberman, que apóia o reforço militar. A oposição ao plano para aumentar o contingente militar no Iraque foi reforçada, esta semana, por comentários formulados diante do Comitê de Serviços Armados do Senado, pelo ex-comandante das tropas americanas nesse país, general George Casey. "Acho que a missão em Bagdá, da maneira como está planejada neste momento, poderia ser feita com menos de 21.500 homens de reforço", assinalou Casey, na quinta-feira. Casey esclareceu que não se opõe ao envio de tropas adicionais ao país árabe. Já o almirante William Fallon, candidato ao posto do general John Abizaid à frente do Comando Central dos Estados Unidos, admitiu esta semana que ações "novas e diferentes" são necessárias para estabilizar Iraque. "Parece-me bastante óbvio que o que temos feito não funcionou. Na minha opinião, temos que fazer algo diferente", disse o almirante para o Comitê de Forças Armadas do Senado.

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