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McCain leva campanha à América Latina

Em viagem de três dias por Colômbia e México, republicano discute comércio, imigração e drogas

Por Reuters , AP , Cartagena e Colômbia
Atualização:

O senador John McCain, candidato republicano à Casa Branca, chegou ontem à Colômbia para uma visita de dois dias. McCain desembarcou em Cartagena, onde foi recebido pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe, importante aliado dos EUA na região. "Quero felicitá-los por seu êxito com o Plano Colômbia para reduzir e eliminar o fluxo de drogas de seu país para o meu", disse McCain a Uribe. O republicano ressaltou ainda "os significativos progressos feitos contra as Farc" e disse esperar que logo se consiga a libertação dos reféns em poder desse grupo guerrilheiro, entre eles três americanos. Acompanhe as notícias sobre a visita de McCain à Colômbia Também estão na agenda da viagem de McCain - planejada para demonstrar sua experiência em política externa, em contraste com seu rival democrata, Barack Obama - o apoio do republicano ao Tratado de Livre Comércio (TLC) entre os dois países e denúncias de violações dos direitos humanos na Colômbia. Pode ainda ser abordado, segundo fontes citadas pela Reuters, o plano de Uribe de "repetir", no início de 2009, a eleição de 2006, quando conquistou seu segundo mandato. O plano foi divulgado depois que a Suprema Corte questionou a legalidade da reforma constitucional que permitiu aquela eleição. Ao todo, o giro de McCain pela América Latina durará três dias. Amanhã, ele segue para o México, onde discutirá com o presidente Felipe Calderón, além de comércio e drogas, também imigração. Em seguida, retornará para os EUA para as comemorações do 4 de Julho, dia da independência americana. Com a viagem, McCain pretende mostrar o compromisso com o livre comércio e a preocupação com questões importantes para os latinos nos EUA, que representam cerca de 10% do eleitorado. Pesquisas apontam que o apoio a McCain entre os hispânicos tem diminuído. "Quero defender minha crença nos acordos de livre comércio e pedir, especialmente no caso do México, que reforme sua economia para que se torne mais aberta e competitiva", disse McCain. Assim, ele tenta se diferenciar de Obama, que defende a renegociação do Nafta, tratado de livre comércio dos EUA com Canadá e México, e é contra a ratificação do TLC com a Colômbia. Por isso, apesar do convite da Colômbia, o democrata não deve visitar o país durante a campanha. Isso não quer dizer que Obama não vá adotar uma estratégia semelhante à do adversário. Em agosto, o democrata também deve ir ao México para encontrar-se com Calderón e debater os mesmos assuntos. Antes da convenção do partido, em agosto, ele tem viagens agendadas para França, Alemanha, Grã-Bretanha, Jordânia, Israel, Afeganistão e Iraque. As viagens de Obama e McCain pelo mundo são um fato novo na história eleitoral americana. "Passar semanas no estrangeiro em campanha é algo inédito", disse o historiador Douglas Brinkley, da Rice University, do Texas. "Antes, os candidatos se restringiam aos Estados, que é onde se acreditava que a eleição seria decidida." FIDEL O ex-presidente cubano Fidel Castro criticou a viagem de McCain. Em artigo publicado ontem, Fidel afirma que o republicano quer enganar os latino-americanos. Ele descreveu McCain como o candidato dos "falcões do império" e o acusou de ter vínculos com a "máfia terrorista" de exilados cubanos em Miami.

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