McCain ultrapassa Obama em pesquisas

Sondagens comprovam avanço de republicano e provocam reação de democrata, que adota tom mais agressivo

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Por AP e REUTERS E NYT
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O senador John McCain, candidato republicano à presidência dos EUA, vem avançando rapidamente nas pesquisas de intenção de voto e, em algumas delas, já se encontra à frente de seu rival, o senador democrata Barack Obama. Em sondagem da Reuters-Zogby, divulgada ontem, McCain tem 5 pontos porcentuais de vantagem sobre Obama: 46% a 41%. Para o democrata, outra notícia ruim foi a percepção da maioria dos eleitores de que McCain é o candidato mais preparado para comandar a economia dos EUA, uma questão que, até então, vinha sendo dominada com folga por Obama. McCain, que reconheceu recentemente não entender muito bem do assunto, foi considerado o melhor gestor por 49% dos entrevistados, enquanto para 40% dos americanos Obama ainda é o mais indicado para enfrentar a crise econômica. Ontem, o instituto Battleground também divulgou uma pesquisa nacional apontando, pela primeira vez, uma vantagem de McCain sobre Obama: 47% a 46%. Além aparecer à frente nessas três sondagens, McCain ultrapassou Obama também na estimativa feita pelo site Real Clear Politics, que analisa uma média das pesquisas, Estado por Estado, e atribui para cada candidato os respectivos votos que ele terá no colégio eleitoral - que é como a eleição americana será decidida. Se a eleição fosse hoje, o republicano venceria em 29 Estados, que lhe renderiam 274 votos no colégio eleitoral. Obama venceria em 21 Estados e ficaria com 264 votos - são necessários 270 votos no colégio eleitoral para eleger o presidente dos EUA. É a primeira vez que McCain ultrapassa Obama nessa estimativa desde que o democrata selou a nomeação, em junho. Apesar da recuperação de McCain, duas outras pesquisas divulgadas ontem ainda dão vantagem a Obama, embora mínima. Na sondagem da CNN, o democrata tem agora 45% das intenções de voto, enquanto McCain aparece com 44% - há uma semana, Obama tinha 47% e McCain 41%. De acordo com uma sondagem conjunta do jornal Los Angeles Times e da rede Bloomberg, Obama tem 45%, enquanto McCain surge com 43% - na última pesquisa, feita em julho, o democrata estava 12 pontos porcentuais à frente (49% a 37%). O avanço de McCain nas pesquisas acontece após um mês de intensos ataques contra Obama, que apresentaram o democrata como uma celebridade vazia e como alguém que não está pronto para comandar o país. Para muitos analistas, os republicanos estão aplicando as mesmas táticas usadas pela senadora Hillary Clinton, que disputou as prévias do partido contra Obama. Apesar de não ter funcionado durante as primárias, a estratégia parece estar dando resultados nas eleições gerais. A reação de Obama, segundo especialistas, também não ajudou o candidato democrata. Enquanto os republicanos atacavam por todos os lados, ele passou uma semana viajando por Europa e Oriente Médio e nove dias em férias pelo Havaí, exatamente no momento em que explodiu a crise na Geórgia. AGRESSIVIDADE Percebendo isso, Obama, que até agora insistiu em manter um espírito positivo em sua campanha, adotou um tom mais beligerante esta semana e começou a produzir comerciais negativos de TV, que refletiriam a tática de confronto que será predominante de agora em diante. De acordo com o jornal The New York Times, a reação do democrata responde ainda à ansiedade de sua equipe, que estaria insatisfeita com a falta de respostas duras aos ataques do rival. PESQUISAS 46% dos votos é o que teria McCain, segundo pesquisa Reuters-Zogby 41% dos votos é o que teria Obama, segundo a mesma sondagem 47% a 40% era a vantagem de Obama em julho, de acordo com o mesmo instituto 49% dos americanos acham que McCain é o candidato mais indicado para lidar com a crise econômica nos EUA 40% dos americanos acreditam que Obama seria melhor que McCain para comandar a economia americana

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