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Médico francês confessa ter ajudado em eutanásia

Por Agencia Estado
Atualização:

O médico francês Frederic Chaussoy jogou mais lenha na fogueira do debate sobre eutanásia ao admitir ter sido ele quem desligou os equipamentos que mantinham Vincent Humbert vivo. O rapaz, de 22 anos, morreu na sexta-feira. Vincent, que ficou tetraplégico, cego e mudo após um acidente de carro, entrou em coma na semana passada, depois que sua mãe administrou barbitúricos. "Assumo a responsabilidade pelo que fiz. Foi uma decisão dolorosa, mas bem pensada, tomada com serenidade e com respeito pelo paciente", afirmou Chaussoy em entrevista à rádio Europa 1. Ele fez mais que admitir publicamente sua participação na morte do rapaz. O médico declarou que atitudes como a sua são provavelmente tomadas todos os dias na França. "Sabemos mentir muito bem. Fazemos isso regularmente e podíamos simplesmente ter continuado com a tradição de hipocrisia. Mas neste caso é melhor dizer a verdade", disse. O ministro de Assuntos Sociais, François Fillon, admitiu que a prática de eutanásia é comum no país, "embora realizada em meio a anonimato e silêncio". Muitos médicos na França, depois de consultar famílias e pacientes, discretamente interrompem o tratamento daqueles em sofrimento extremo e sem chance de cura. Vincent Humbert comoveu a França e chegou a escrever ao presidente francês Jacques Chirac pedindo permissão para que sua mãe o ajudasse a morrer, mas a eutanásia é proibida na França.

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